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Gregos votam hoje se aceitam cortar benefícios sociais para pagar dívidas

Do UOL, em São Paulo

05/07/2015 03h00

Cerca de dez milhões de gregos irão às urnas neste domingo (5) para decidir, por meio de um referendo, o futuro da política econômica do país.

O primeiro-ministro do país, Alexis Tsipras, convocou a votação para que a população escolha se está disposta a aceitar as condições propostas pelos credores do país --as medidas incluem cortes de gastos do governo, incluindo benefícios sociais, e alta de impostos.

A alternativa apoiada pelo próprio governo é recusar as imposições dos credores e buscar outras soluções para o financiamento do país.

Ao longo da semana, a disputa esquentou e transformou-se em um manifesto pela permanência ou não da Grécia na zona do euro, já que muitos analistas viam como certa essa possibilidade caso não houvesse negociações entre a Grécia e seus credores.

Primeiros resultados por volta das 15h de Brasília

A pergunta exata no referendo é: "Deve ser aceito o plano de acordo apresentado pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional no Eurogrupo de 25 de junho de 2015 e composto de duas partes, que integram a proposta conjunta?"

O primeiro documento tem como título Reformas para a realização do programa atual e além (Reforms for the completion of the Current Program and Beyond) e o segundo, Análise Preliminar da Sustentabilidade da Dívida (Preliminary Debt sustainability analysis).

O eleitor pode votar "sim" ou "não".

A votação acontecerá das 7h (1h de Brasília) às 19h (13h de Brasília).

Os primeiros resultados devem ser anunciados por volta das 21h (15h de Brasília). A rapidez do anúncio do resultado dependerá da margem de diferença entre o "sim" e o "não".

O governo grego disse que pretende renunciar no caso da vitória do "sim". Não se sabe ao certo o que acontecerá caso o "não" vença, mas é cogitada a saída da Grécia da zona do euro. 

Entenda o caso

Atualmente, a Grécia tem uma dívida de 271 bilhões de euros com todos os seus credores. A origem da crise se deu há dez anos, quando veio à tona que o país tinha maquiado suas contas ao longo de vários anos para conseguir entrar na zona do euro.

Depois de 2008, a Grécia sucumbiu diante da crise financeira global e precisou de empréstimos bilionários para manter suas instituições funcionando.

Os empréstimos foram concedidos, mas as condições exigidas em troca foram cortes nas aposentadorias e outros gastos do governo, o que deixou a população insatisfeita.

Na semana passada, uma parcela de 1,6 bilhão de euros, de um empréstimo concedido pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), venceu e não foi paga pela Grécia, que pedia mais prazo e condições mais flexíveis de negociação.

Sem alcançar um acordo com os credores, o premiê Tsipras convocou o referendo, que foi aprovado por maioria no Parlamento.

Bancos fecharam na semana

Ao longo da semana que passou, o governo decretou o fechamento de todas as agências bancárias. Só foram permitidos saques em caixa eletrônico, e com limite máximo de 60 euros por dia.

Muitos aposentados na Grécia, no entanto, não têm cartão do banco. Assim, as agências abriram na quarta-feira (1º) para permitir o saque de até 120 euros por pessoa das aposentadorias.