Leite e feijão pesam, e alimentos têm maior alta para julho em 16 anos
Mais uma vez, os preços dos alimentos foram determinantes para a alta da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em julho, os preços dos alimentos subiram 1,32%, exercendo impacto de 0,34 ponto percentual para a alta de 0,52% do IPCA.
Com 65% de participação no indicador, o grupo alimentação e bebidas registrou a mais elevada variação para os meses de julho desde 2000, quando a alta atingiu 1,78%.
Na região metropolitana de Vitória (ES), no entanto, os preços chegaram a subir 2,06%, vindo, depois, Goiânia, com 1,85% e Belo Horizonte, com 1,61%.
O principal vilão de julho foi o leite, com contribuição individual de 0,19 ponto percentual no indicador. Os preços do leite aumentaram 17,58% de um mês para o outro. Segundo o IBGE, em quatro das treze regiões pesquisadas, o litro do leite acusou alta superior a 20%: Belo Horizonte (23,02%), Rio de Janeiro (22,47%), Brasília (21,76%) e Vitória (21,76%).
Feijão segue em alta
Vilão da inflação de junho, o feijão-carioca também continuou pressionando o IPCA em julho, fixando-se na segunda colocação entre os alimentos ao subir 32,42%. A alta exerceu um impacto de 0,13 ponto percentual na inflação do mês.
Em Curitiba e São Paulo, o preço do quilo subiu 45,20% e 43,98%, respectivamente. O feijão-preto também subiu, passando a custar, em média, 41,59% a mais, enquanto o mulatinho ficou 18,89% mais caro e o fradinho, 14,72%.
Além dos expressivos aumentos dos diversos tipos de feijão, mais uma vez o arroz também se destacou, com preços elevados em 4,68% na média, atingindo 8,27% em Goiânia, 7,49% em Fortaleza e 6,84% em Belém. Com isto, o feijão com arroz, prato típico da mesa do brasileiro, passou a custar bem mais.
Assim como os alimentos, que passaram de 0,71% em junho para 1,32% em julho, outros três grupos mostraram aceleração na taxa de crescimento de um mês para o outro: despesas pessoais (de 0,35% para 0,7%), artigos de residência (de 0,26% para 0,53%) e transportes (de -0,53% para 0,4%).
Preços em queda
Os demais grupos de produtos e serviços pesquisados fecharam julho com queda de preços em relação a junho:
- Saúde e cuidados pessoais: passou de 0,83% para 0,61%;
- Educação: de 0,11% para 0,04%
- Comunicação: de 0,04% para 0,02%.
- Habitação: de 0,63% para -0,29%
- Vestuário: de 0,32% para -0,38%)
Inflação por regiões
Dez das 13 regiões e cidades pesquisadas pelo IBGE fecharam o mês com resultado acima da média nacional de 0,52%:
- Salvador, com alta de 0,92%;
- Goiânia (0,81%)
- Recife (0,79%);
- Campo Grande (0,74%);
- Belém (0,73%);
- Fortaleza (0,65%)
- Belo Horizonte (0,63%);
- Vitória (0,57);
- Porto Alegre (0,57) e
- Brasília (0,53).
Rio de Janeiro teve alta de 0,5%, enquanto São Paulo registrou inflação de 0,33% e Curitiba, de 0,1%.
Inflação oficial do país – e utilizada pelo Banco central para balizar o plano de metas inflacionárias – o IPCA diz respeito à variação de preços juntos às famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos e abrange dez regiões metropolitanas, além de Goiânia, Campo Grande e Brasília.
(Com Agência Brasil)
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