'Prévia' do PIB cai 0,26% em janeiro e acumula queda de 3,99% em um ano
O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado uma "prévia" do PIB (Produto Interno Bruto), caiu 0,26% em janeiro na comparação com o mês anterior, informou o BC nesta sexta-feira (31).
A comparação é feita já descontando as diferenças sazonais entre os períodos analisados. Sem descontar as diferenças sazonais, houve queda de 4,61% em janeiro.
O resultado foi pior que o esperado por analistas consultados pela agência de notícias Reuters, que previam queda de 0,1%. Em dezembro, o IBC-Br havia caído 0,32%, segundo dados revisados.
Na comparação com janeiro de 2016, o indicador registrou tombo de 0,79% sem o ajuste sazonal, porque considera períodos iguais. Com ajuste, a queda foi de 2,53%.
No acumulado de 12 meses, a atividade econômica encolheu 3,99%. Descontando as diferenças sazonais, o encolhimento foi de 4,4%.
Os dados oficiais, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostraram que a economia brasileira encolheu 3,6% no ano passado.
Queda nos três setores
Em novembro, as vendas no comércio contrariaram as expectativas de alta e caíram 0,7%, afetadas pelos resultados negativos da venda de combustíveis.
A produção industrial caiu 0,1%, após subir no mês anterior, e cresceu 0,2%, enquanto o setor de serviços encolheu 2,2%, no pior resultado mensal desde o início da série histórica, em 2012.
Corte na taxa de juros
Com a inflação desacelerando e a retomada econômica em ritmo lento, o cenário permanece propício para o BC intensificar o corte da taxa básica de juros, atualmente em 12,25%, após quatro quedas seguidas.
Na reunião de abril do Copom (Comitê de Política Monetária), a expectativa é de que o ritmo de corte aumente para 1 ponto percentual, contra 0,75 ponto percentual no último encontro.
Economistas ouvidos pelo Banco Central esperam que o PIB cresça 0,47% neste ano, enquanto o próprio BC prevê crescimento de 0,5%.
IBC-Br
O indicador do BC é visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB. Ele é divulgado mensalmente pelo Banco Central, enquanto o PIB é divulgado a cada três meses pelo IBGE.
O IBC-Br serve de base para investidores e empresas adotarem medidas de curto prazo. Porém, não necessariamente reflete o resultado anual do PIB e, em algumas vezes, distancia-se bastante.
O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços).
A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores, acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB calculado pelo IBGE, por sua vez, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.
(Com Reuters)
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