'Prévia' do PIB cai 0,73% em fevereiro, mas sobe 1,21% em um ano, diz BC
O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado uma "prévia" informal do PIB (Produto Interno Bruto), ficou negativo em 0,73% em fevereiro, em relação a janeiro, informou hoje o Banco Central. Foi a maior contração em nove meses, desde maio de 2018 (-3,1%).
Na comparação com fevereiro do ano passado, o índice teve alta de 2,49% e em 12 meses registrou crescimento de 1,21%.
Indústria avançou em fevereiro
Em fevereiro, a produção industrial do Brasil mostrou alguma recuperação ao avançar 0,7% sobre o mês anterior, devolvendo as perdas vistas em janeiro.
As vendas no varejo ficaram estáveis no mês, com as compras voltadas para o Carnaval compensando perdas em supermercados e combustíveis. Já o setor de serviços recuou 0,4% em fevereiro, na segunda queda seguida.
O cenário permanece sendo de lentidão da economia e mercado de trabalho fraco, com cerca de 13 milhões de desempregados no país, ainda que a inflação e taxa de juros baixas proporcionem alguma expectativa de melhora do consumo.
Perspectivas pioraram
As expectativas de crescimento para o Brasil vêm sofrendo sucessivas reduções. A mais recente pesquisa Focus realizada semanalmente pelo Banco Central junto a uma centena de economistas mostra que a expectativa para a atividade neste ano é de crescimento de 1,95%, indo a 2,58% em 2020.
Na semana passada, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu a estimativa de expansão da economia brasileira em 2019 a 2,1%, citando a necessidade de cortes de gastos com funcionalismo público e da reforma da Previdência para conter as crescentes despesas.
PIB oficial
Em 2018, a economia brasileira registrou crescimento de 1,1%, no segundo ano seguido de alta. Em valores atuais, o PIB totalizou R$ 6,8 trilhões. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em fevereiro. O resultado ficou abaixo do 1,3% esperado pelo mercado.
Segundo analistas, o resultado morno aponta dificuldade de recuperação da economia.
IBC-Br
O indicador do BC é visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB. Ele é divulgado mensalmente pelo Banco Central, enquanto o PIB é divulgado a cada três meses pelo IBGE.
O IBC-Br serve de base para investidores e empresas adotarem medidas de curto prazo. Porém, não necessariamente reflete o resultado anual do PIB e, em algumas vezes, distancia-se bastante.
O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços).
A estimativa incorpora a produção estimada para os três setores, acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB calculado pelo IBGE, por sua vez, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.
(Com Reuters)
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