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Ato em SP tem crítica a Bolsonaro, reforma da Previdência e salário mínimo

Roberto Casimiro/FotoArena/Estadão Conteúdo
Imagem: Roberto Casimiro/FotoArena/Estadão Conteúdo

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

01/05/2019 12h34

O ato em comemoração ao dia do trabalhador no vale do Anhangabaú, em São Paulo, teve críticas feitas por políticos e sindicalistas contra o presidente Jair Bolsonaro, a reforma da Previdência e a mudança no reajuste do salário mínimo. Organizado por dez movimentos sindicais, o evento começou por volta das 10h com discursos de sindicalistas e apresentações musicais.

Após a apresentação do grupo Mistura Popular, o vereador Alfredinho (PT) foi o primeiro político a falar no palco. "Está todo mundo preparado para a greve geral? Estou falando em nome da bancada de vereadores do PT e estamos em luta", disse. Os sindicatos anunciaram para 14 de junho uma greve geral, com previsão de paralisação de serviços como trens, metrô, ônibus e comércios.

"Enfrentamos uma das conjunturas mais difíceis da história desse país. São 14 milhões de desempregados. E o atual governo afirma que vai aperfeiçoar, mas vai ser para pior", disse o vereador paulistano. "Estão dizendo que a reforma da previdência vai resolver todos os problemas do país. Uma outra mentira. Não vai ter condição de ninguém se aposentar."

O governo apresentou a proposta de reforma da Previdência e estabeleceu uma idade mínima para aposentadoria de 62 anos para as mulheres e 65 anos para os homens, além de 20 anos de contribuição. O texto foi aprovado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados, na primeira de uma série de votações que terá que enfrentar.

Salário mínimo sem aumento real

O vereador Alfredinho (PT) também criticou a mudança no reajuste do salário mínimo, anunciada em meados de abril pelo presidente. A nova regra define que o salário mínimo no ano que vem será corrigido apenas pela inflação, sem aumento real.

A regra antiga, adotada por lei a partir de 2007, nos governos do PT, garantia o ganho real do mínimo sempre que houvesse crescimento da economia, mas esse modelo perdeu a validade em 1º de janeiro deste ano.

"O salário mínimo, durante os governos Dilma e Lula, tinha aumento real. O governo anuncia que agora é só inflação e olhe lá. O poder aquisitivo que a gente ganhou com Lula vamos perder. A população vai perder o poder de compra", afirmou o petista.

Mulheres pagarão dobrado, dizem líderes

Ivone Silva, presidente do sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, e a deputada estadual Professora Bebel (PT) criticaram os efeitos da reforma da Previdência sobre as mulheres.

"Não querem reforma, querem acabar com a Previdência no Brasil. As mulheres terão que trabalhar mais. A reforma vai nos atingir muito mais do que os homens. A capitalização só prevê seu dinheiro, mas não sua seguridade social, como o auxílio-maternidade", afirmou Ivone Silva.

"Nós, mulheres, pagaremos dobrado o preço dessa reforma. Mulherada, vamos nos levantar para mostrar a Jair Bolsonaro que ele não manda em nossas vidas. Esse governo está nos entregando para o capital internacional", afirmou a deputada. "O Maduro resistiu na Venezuela. Por que é não vamos resistir aqui?", disse, em referência à crise na Venezuela.

Entenda a proposta de reforma da Previdência em 10 pontos

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