Dólar cai 3,41% na semana, após 4 altas, e fecha a R$ 5,416; Bolsa sobe
O dólar comercial teve baixa de 2,93% e fechou o dia de hoje (28) cotado a R$ 5,416 na venda. Foi a maior queda diária em quase três meses, desde 2 de junho (-3,23%). Com o resultado, a moeda acumulou queda de 3,41% na semana, interrompendo uma sequência de quatro altas semanais.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou em alta de 1,51%, a 102.142,93 pontos, emendando a segunda alta semanal, de 0,61%.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Juros nos EUA
Ontem, o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) apresentou uma nova estratégia agressiva para levar o país de volta ao pleno emprego e conduzir a inflação a níveis mais saudáveis, elevando as expectativas de que os juros no país seguirão próximos a zero por um bom tempo.
"A mudança na política monetária dos EUA sinaliza manutenção dessa expansão de liquidez e a aceitação de qualquer inflação mais alta, o que desvaloriza a moeda norte-americana frente ao mundo", explicou Denilson Alencastro, economista-chefe da Geral Asset.
Investidores tendem a buscar outros mercados, como o brasileiro, quando os juros estão baixos nos EUA. Com mais dólares aqui, a cotação da moeda tende a cair.
Gastos do governo brasileiro
No Brasil, os holofotes continuavam sobre a saúde fiscal do país, em meio à expectativa de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, apresente em breve alguma forma de compensar os gastos extraordinários do governo com medidas de combate à crise do coronavírus.
Recentemente, embates entre Guedes e o presidente Jair Bolsonaro sobre o valor do programa Renda Brasil despertaram temores sobre um possível furo do teto de gastos, além de terem levantado boatos de que o ministro deixaria seu cargo.
"[Guedes] parece estar cedendo diante do presidente", disse Mauriciano Cavalcante, diretor de câmbio da Ourominas. "O mercado está antecipando que ele vai continuar no cargo e, quanto à questão fiscal, ele deve apresentar algum projeto que faça com que a cobertura referente a esses gastos seja tirada de algum outro lugar", o que tem potencial de ampliar a tendência de queda do dólar.
O BTG Pactual ressaltou que tem chamado a atenção dos investidores o crescimento da volatilidade no mercado em razão da indefinição sobre a Renda Brasil e o Orçamento de 2021.
"A velha agenda de Guedes —fim do abono, fim dos programas sociais etc.— parece já estar descartada, elevando assim o risco político que está concentrado no comportamento do próprio presidente."
Entre as notícias relevantes desta sexta-feira, destacava-se a de que o governo aprovou na quinta-feira a transferência imediata ao Tesouro de R$ 325 bilhões do resultado cambial do Banco Central no primeiro semestre, após um pedido de R$ 445 bilhões que mirava dar tranquilidade à gestão de curto prazo da dívida pública.
*Com Reuters
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