Após tombo histórico do PIB, dólar cai 1,75%, a R$ 5,385; Bolsa salta 2,82%
O dólar comercial fechou a sessão de hoje (1º) vendido a R$ 5,385, com baixa de 1,75% em relação a ontem (31). É o menor valor em quase três semanas, desde 13 de agosto (R$ 5,368). A moeda norte-americana vinha de valorização de 1,2% na véspera.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, saltou 2,82%, a 102.167,65 pontos, na maior alta diária em quase três meses, desde 8 de junho (3,18%). Ontem (31) o índice fechou com baixa de 2,72%, a 99.369,148 pontos.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Pessimismo com queda histórica do PIB...
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou hoje que o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil teve um tombo histórico de 9,7% no segundo trimestre de 2020 em relação aos três meses anteriores, fortemente afetado pela pandemia de coronavírus.
Os números mostram que a economia voltou ao mesmo patamar do final de 2009, quando o país ainda sofria os impactos da crise financeira mundial de 2008.
Com o resultado, o país entra em recessão técnica, caracterizada por dois trimestres seguidos de recuo.
Os dados foram piores que o esperado por analistas consultados pela agência de notícias Reuters, que previam queda de 9,4% em relação ao primeiro trimestre. Eles confirmam o cenário de fraqueza econômica que tem impulsionado o dólar em 2020, assim como o ambiente de juros baixos e incertezas políticas.
...mas otimismo com reformas do governo
Em meio a dúvidas sobre a situação das contas públicas, que tem pressionado o real nas últimas semanas, a garantia do governo de que está comprometido com a agenda de reformas e com o teto de gastos animou os investidores, apesar da queda do PIB.
O presidente Jair Bolsonaro anunciou que o texto da reforma administrativa finalmente será enviado ao Congresso na próxima quinta-feira. Além disso, afirmou que o auxílio emergencial será prorrogado por mais quatro meses com valor de R$ 300 mensais, metade do que é pago hoje.
"Essa tomada de posição do governo de avançar com a reforma administrativa e sua preocupação em acertar ajudam a aliviar os mercados", disse à agência de notícias Reuters Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora. "Boas notícias trazem boas taxas [de câmbio]."
Mas o cenário do Brasil segue incerto, e a volatilidade ainda é um fator de preocupação para investidores, disse Galhardo. "Há incerteza sobre o futuro e o momento econômico. [O patamar alto do dólar] é um sintoma de que o mercado não está confortável com o que está vendo de expectativas para o futuro; quem tem que se proteger recorre ao dólar."
*Com Reuters
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