Dólar sobe 1,42% e vai a R$ 5,633, maior valor em 4 meses; Bolsa cai 2,41%
O dólar comercial fechou em alta de 1,42%, vendido a R$ 5,633, após o governo anunciar que pretende usar parte dos recursos do novo Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e de precatórios para bancar o novo programa social que substituirá o Bolsa Família.
É o maior valor de fechamento da moeda americana em mais de quatro meses, desde 20 de maio, quando foi a R$ 5,689. Na sexta-feira (25), o dólar comercial teve alta de 0,8%, fechando a R$ 5,554 na venda.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, terminou a sessão em baixa de 2,41%, aos 94.666,31 pontos. É a maior queda diária desde 10 de setembro (-2,43%) e o menor nível de fechamento em três meses, desde 26 de junho (93.834,49 pontos).
Na sessão da sexta, o Ibovespa tinha fechado a 96.999,383 pontos, praticamente estável, com leve desvalorização de 0,01%.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Preocupação com gastos do governo
O mercado reagiu mal à definição pelo governo de que o Renda Cidadã será custeado por recursos que não virão de cortes de gastos, o que abalou a confiança de investidores numa agenda de redução de despesas que poderia conter a deterioração em curso das contas públicas —considerado o mais grave problema macroeconômico do Brasil.
O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou hoje que pretende usar parte dos recursos do novo Fundeb e de precatórios para bancar o novo programa.
Profissionais de mercado citaram essa notícia como pano de fundo para os negócios nesta segunda, porque ela indicaria ausência de corte de gastos.
Isso porque o Fundeb está fora da regra do teto de gastos. Ao propor usar recursos do fundo, o governo dribla a regra, em vez de cortar alguma despesa para bancar o novo programa.
Também nesta segunda, após reunião pela manhã, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), disse que "não houve acordo sobre um texto possível" para a reforma tributária. Assim, o governo ainda não enviará a proposta para criar um imposto nos moldes da extinta CPMF.
Eleições nos EUA
No exterior, as atenções se voltavam para o debate, na terça-feira, entre os candidatos à Presidência dos EUA: o republicano Donald Trump, atual mandatário, e o democrata Joe Biden.
"A proximidade com as eleições presidenciais nos EUA e as incertezas trazidas por um possível mandato democrata continuam a pesar nas decisões de investimento", disse em nota Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.
Atuação do BC
O Banco Central vendeu US$ 877 milhões em oferta de moeda à vista nesta segunda-feira, com a realização dessa modalidade de leilão indicando saída de dólares do mercado local em dia de forte pressão sobre a taxa de câmbio.
A última vez que o BC havia feito leilão de dólar à vista fora em 21 de agosto, quando fechou a R$ 5,607.
*Com Reuters
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