Brasil e EUA assinam acordo de facilitação do comércio e contra a corrupção
Brasil e Estados Unidos assinaram hoje um Acordo de Comércio e Cooperação Econômica (ATEC, na sigla em inglês) que prevê, entre outras medidas, a facilitação do comércio e o combate à corrupção. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, trata-se de um pacote comercial "ambicioso e moderno", que visa promover fluxos bilaterais de comércio e investimento.
O ATEC é um mecanismo bilateral criado em 2011, mas ativado apenas em março de 2019, quando os presidentes Jair Bolsonaro (sem partido) e Donald Trump lançaram a "Parceria para a Prosperidade", durante visita do brasileiro a Washington. A intenção é que o pacote comercial sirva como base para um amplo acordo comercial a ser negociado no futuro.
O texto do acordo contém três anexos que tratam sobre facilitação do comércio e cooperação aduaneira, boas práticas regulatórias e combate à corrupção. O primeiro diz respeito aos procedimentos relacionados às operações de exportação e importação, e tem como objetivo reduzir a burocracia, diminuindo o prazo e os custos das operações realizadas por agentes privados.
Já o segundo anexo, ainda de acordo com o Itamaraty, está alinhado com os esforços do governo federal para tornar o ambiente de negócios no Brasil "mais transparente, previsível e aberto à concorrência", garantindo que a intervenção do Estado aconteça "apenas quando necessário".
O terceiro anexo, por fim, expande para além da esfera estritamente criminal a atuação doméstica e a cooperação internacional anticorrupção, abrangendo também as esferas civil e administrativa. "Trata-se de evolução relevante nas tarefas de combater, mediante a recuperação de ativos, o eixo central das cadeias delitivas organizadas: seus fluxos financeiros", explicou o Itamaraty.
Comércio recuou em 2020
Apesar das negociações, a corrente de comércio entre Brasil e EUA neste ano, entre os meses de janeiro e setembro, foi 25% menor que em 2019. Com US$ 33,4 bilhões em trocas comerciais, foi o menor valor dos últimos 11 anos, de acordo com o Monitor do Comércio Brasil-EUA, da Câmara Americana de Comércio no Brasil (Amcham).
As importações brasileiras dos EUA entre janeiro e setembro caíram 18,8%, enquanto as exportações recuaram 31,5% em relação ao mesmo período do ano passado. O déficit brasileiro em relação aos EUA é de US$ 3 bilhões até agora, e a projeção da Amcham é que feche o ano entre US$ 2,4 e US$ 2,8 bilhões.
Mais cedo, em vídeo gravado para a abertura da Cúpula da Câmara de Comércio Brasil-EUA, Bolsonaro disse esperar para o futuro um acordo comercial e tributário com os norte-americanos e uma "ousada parceria" com o governo local.
"Para o futuro vislumbramos um arrojado acordo tributário, um acordo comercial e uma ousada parceria entre nossos países para redesenhar as cadeias globais de produção", afirmou.
(Com Reuters)
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