Aluguel, luz, gás, plano de saúde: veja o que pesará no seu bolso em 2021
O brasileiro precisa se preparar para gastar mais em 2021. Aluguel, plano de saúde, conta de luz, gás de cozinha, transportes e mensalidade escolar devem ficar mais caros, por diversos motivos.
Além disso, o ano começa sem o auxílio emergencial e o sem o BEm (Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda), que socorreram milhões de pessoas durante a crise causada pela pandemia de coronavírus.
Em contrapartida, o salário mínimo foi reajustado de R$ 1.045 para R$ 1.100, com reflexo no abono salarial do PIS/Pasep, em aposentadorias e em alguns benefícios previdenciários.
Mas será que esse reajuste vai compensar os gastos que estão subindo? Veja a seguir tudo o que ameaça pesar mais no seu bolso ainda neste ano.
Aluguel
O aluguel pode disparar por causa do IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), que costuma ser usado para reajustar os contratos uma vez por ano. O índice fechou 2020 com uma alta acumulada de 23,14%, a maior variação anual desde 2002.
A dica dos especialistas é negociar a utilização de outro índice para o contrato. O IPCA, por exemplo, que mede a inflação oficial do país, tinha alta acumulada de 3,13% até novembro (dado mais recente divulgado pelo IBGE), e deve fechar o ano abaixo de 5%.
Plano de saúde
Acostumados a altas acima da inflação, os clientes de planos de saúde devem se preparar para um aumento de até 35% nas mensalidades ao longo do ano. O percentual é uma estimativa do UOL para o reajuste previsto em 2021 mais a alta aprovada para 2020, mas que só será cobrada a partir deste ano.
Em razão da pandemia, a ANS (Agência Nacional de Saúde) suspendeu o reajuste que seria aplicado em 2020. Ficou decidido que o aumento que valeria para setembro, outubro, novembro e dezembro será cobrado em 12 parcelas a partir de janeiro, mês em que o reajuste de 8,14% (planos individuais) e 15% (coletivos) também passará a valer.
Conta de luz
Em dezembro, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) passou a aplicar a bandeira vermelha 2 nas contas de luz —a tarifa mais cara prevista no sistema de bandeiras de distribuição de energia elétrica, que funciona da seguinte forma:
Bandeira verde: A tarifa não sofre nenhum acréscimo
Bandeira amarela: A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,013 para cada quilowatt-hora (kWh) consumidos
Bandeira vermelha 1: A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,042 para cada quilowatt-hora consumido
Bandeira vermelha 2: A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,062 para cada quilowatt-hora consumido
Com a retomada das chuvas nas últimas semanas, os reservatórios das hidrelétricas se recuperaram parcialmente e a agência decidiu retomar a bandeira amarela a partir de janeiro.
Ainda assim, a capacidade de produção energética brasileira depende de uma continuidade das chuvas —o que é incerto. Caso os reservatórios não acumulem água suficiente para enfrentar o período de seca, a conta de luz pode voltar a ficar mais cara, com o objetivo de desestimular o consumo.
Combustíveis
Com o início da vacinação contra a covid-19 em diversos países, a expectativa é que o consumo de combustíveis volte a crescer —tanto para transporte quanto para a produção industrial. Esse aumento na demanda já fez a cotação do petróleo e dos combustíveis fósseis subir, e isso está sendo repassado ao consumidor.
No final de dezembro, a Petrobras anunciou um aumento de 4% no preço médio do diesel em suas refinarias e em 5% no da gasolina.
Mesmo assim, importadores de combustíveis acusam a Petrobras de praticar preços abaixo do mercado internacional. Se isso for comprovado, significa que haveria margem para reajustes ainda maiores.
Gás de cozinha
O preço do botijão de gás de 13 quilos nunca esteve tão alto no Brasil, e a tendência é piorar diante da atual escalada de preços do petróleo no mercado internacional.
Nesta semana, a Petrobras anunciou aumento de 6% para o gás liquefeito de petróleo (GLP), que já tinha sido reajustado em 5% no início de dezembro passado.
A alta afeta tanto o preço do gás de cozinha, que será vendido nas refinarias por R$ 35,98 o botijão, quanto o GLP a granel, utilizado por indústrias, comércio, condomínios e academias, entre outros.
Transporte público
O setor de transportes foi um dos mais afetados pelas medidas de isolamento social em 2020. As concessionárias de ônibus, metrô e outros modais viram o fluxo de passageiros diminuir drasticamente a partir de março.
O Congresso chegou a aprovar um aporte de R$ 4 bilhões para socorrer o setor, mas a medida foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O prejuízo acumulado pelas empresas, a alta dos combustíveis e da energia elétrica são considerados uma "bomba-relógio" que deve explodir em 2021, trazendo reajustes nas tarifas cobradas dos usuários do serviço.
Mensalidade escolar
As escolas tiveram alguns gastos inesperados durante a pandemia. Inovações tecnológicas para aulas a distância e adequações sanitárias foram necessárias, e isso refletiu no reajuste das mensalidades.
Em novembro, um levantamento do Grupo Rabbit, que faz consultoria de gestão escolar, indicou média de reajuste de 5% em 328 colégios paulistas —a inflação para 2021 foi estimada em torno de 3%.
Juros
Em 2020, a taxa básica de juros (Selic) chegou a 2% ao ano, a menor desde o início da série histórica, em 1996. Com isso, o custo das instituições financeiras para captar dinheiro ficou mais baixo, criando condições para que o consumidor conseguisse crédito mais barato.
Além disso, o governo criou uma série de linhas de crédito subsidiadas para estimular a economia durante a pandemia, como o Pronampe e o Programa de Maquininhas.
Para este ano, os juros tendem a subir. Não há mais orçamento para linhas especiais de estímulo ao crédito. Além disso, economistas projetam que a taxa básica terminará 2021 em 3% ao ano.
*Com agências de notícias
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