Brasileiro confia mais na imprensa que média mundial, diz relatório
O Relatório sobre Notícias Digitais de 2022, elaborado pelo Reuters Institut, apontou que a confiança da população brasileira na imprensa é maior do que a média mundial (42%) e marcou 48%. Somente 3 países - Alemanha, Portugal e Finlândia, em ordem crescente - têm média superior a do Brasil.
Foram entrevistadas pessoas de 46 países de forma remota entre janeiro e fevereiro deste ano. Apesar de figurar nas primeiras posições do ranking, o país viu sua porcentagem diminuir 6 pontos com relação à última pesquisa. Durante 2020, com o início da pandemia, a confiança global nas empresas jornalísticas cresceu, porém, como apontado, a tendência não se manteve de forma geral.
Entre 2017 e 2022, o interesse por notícias no mundo caiu de 63% para 51%. Por aqui, entre 2015 e 2022, a queda foi de 82% para 57%.
O total de assinantes de meios jornalísticos é um ponto percentual maior que a média global de 17%, mas 40% dos entrevistados assinaram algum veículo de notícias, sendo o segundo país do mundo neste aspecto, atrás somente de Portugal. Na América Latina, a desinformação circulou com mais força do que em qualquer outra região do mundo. Sendo que as falsas notícias se tratavam principalmente sobre a Covid-19 e política em geral.
Entre os jovens o principal desafio, segundo o relatório, é fazer com que eles se informem por meio de sites de jornalismo e não pelas redes sociais. O TikTok e o Telegram, junto do Whatsapp, são as redes pelos quais os jovens mais consomem notícias. De maneira geral, 64% das pessoas usam as redes sociais como fonte de informação, sendo o Facebook e o YouTube as redes com mais acessos para este fim, quando considerado todos os públicos.
Apesar do avanço do digital, a TV ainda foi o meio mais influente no Brasil. Quando se trata de veículos de imprensa, boa parte dele já é ou está se adaptando ao modo on-line também, sendo que a estimativa é de que 67% da circulação de notícias dos dez principais jornais brasileiros foi digital no final do ano passado.
O relatório da Reuters, ao falar especificamente do país, cita que a concentração midiática ainda é muito grande e elenca o presidente Jair Bolsonaro como outro fator preocupante. Isso porque, em um contexto da chamada "fadiga informativa" - também chamada de infoxicação, a depender do contexto - Bolsonaro ataca diariamente a imprensa e o trabalho dos jornalistas e coloca em descrédito o que é veiculado nos principais portais do país. Por se tratar de ano eleitoral, com cenário polarizado, a pesquisa demonstra que a circulação de desinformação pode aumentar.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.