PIB cresce 0,4% no 3º trimestre e registra 5ª alta consecutiva, diz IBGE
O Produto Interno Bruto (PIB) registrou alta de 0,4% na passagem do segundo para o terceiro trimestre. Na comparação com o trimestre anterior, é a quinta alta consecutiva do indicador — o PIB totalizou R$ 2,54 trilhões em valores correntes no período.
Com esse resultado, o PIB chega ao maior patamar da série histórica, iniciada em 1996, segundo dados divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Além de atingir o maior nível da série, o PIB ficou 4,5% acima do patamar pré-pandemia, registrado no quarto trimestre de 2019.
Abaixo das previsões: O resultado ficou abaixo da expectativa do mercado. Segundo levantamento com 35 economistas consultados pelo agência Bloomberg, havia previsão de um crescimento de 0,6% do PIB no terceiro trimestre.
Apesar da atividade econômica ter alcançado um patamar recorde, voltando a alcançar um nível superior ao que se tinha antes do início da recessão de 2014, o PIB mostrou desaceleração. No 1º e no 2º trimestres, as altas foram de 1,3% e de 1%, respectivamente.
O que puxou a alta do PIB? No terceiro trimestre, o crescimento da economia brasileira foi puxado pelos resultados dos Serviços (1,1%) e da Indústria (0,8%).
Nos Serviços, setor que responde por cerca de 70% da economia, os destaques foram Informação e comunicação (3,6%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,5%) e Atividades imobiliárias (1,4%).
O segmento Outras atividades de serviços (1,4%), que representa cerca de 23% do total de serviços e inclui, por exemplo, alojamento e alimentação, também cresceu. "As outras atividades de serviços já vêm se recuperando há algum tempo, com a retomada de serviços presenciais que tinham demanda represada durante a pandemia", afirmou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
Único segmento de Serviços que ficou no campo negativo, o Comércio recuou -0,1% no terceiro trimestre, enquanto a Construção, que está entre as atividades industriais, avançou 1,1% no período.
Agropecuária teve queda: Após três trimestres com taxas positivas, a Agropecuária recuou 0,9%, chegando a uma queda acumulada de 1,5% no ano.
"A retração é explicada pelas culturas que têm safra relevante nesse trimestre e tiveram queda de produção, como é o caso da cana-de-açúcar e de mandioca. Já no ano, o desempenho do setor é ligado aos resultados da soja, nossa principal cultura, que teve a sua produção afetada por problemas climáticos", diz Rebeca.
Consumo das famílias desacelera: Do lado das despesas, a alta do PIB foi impulsionada pelo consumo das famílias, que cresceu 1%, em meio a melhora do mercado de trabalho no país e maior número de brasileiros com renda. Houve, porém, desaceleração do avanço do consumo. No 1º e no 2º trimestres, as altas foram de 0,9% e de 2,1%, respectivamente.
O consumo do governo teve alta de 1,3% e os investimentos avançaram 2,8%, na passagem do segundo para o terceiro trimestre.
Alta também frente ao 3º trimestre de 2021: Na comparação com o terceiro trimestre de 2021, o PIB cresceu 3,6%.
A Agropecuária subiu 3,2%, e a Indústria, 2,8%. O setor industrial, por sua vez, foi impactado sobretudo pela atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (11,2%), beneficiada pelas bandeiras tarifárias verdes.
Outras atividades de destaque no setor foram Construção (6,6%) e Indústrias de transformação (1,7%).
Nessa mesma comparação, os Serviços avançaram 4,5%, com destaque para Outras atividades de serviços (9,8%) e Transporte, Armazenagem e correio (8,8%) e Informação e comunicação (6,9%).
Resultado de 2021 revisado: O IBGE também divulgou que o crescimento do PIB de 2021 foi revisado de 4,6% para 5%.
Previsão para 2022 e 2023: A expectativa do mercado financeiro é de um crescimento de 2,80% em 2022, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Já a estimativa para a expansão do PIB em 2023 é de 0,70%.
O que é o PIB e como ele é calculado
O PIB representa o desempenho da economia de um país durante determinado período. Medido pelo IBGE no Brasil, ele é divulgado a cada três meses.
Para chegar ao resultado e evitar distorções causadas por dupla contagem, o IBGE mede apenas o fluxo de novos bens e serviços finais. Por isso, é incorreto dizer que o PIB é o total da riqueza existente em um país.
Se um país produz R$ 100 de trigo, R$ 200 de farinha de trigo e R$ 300 de pão, por exemplo, seu PIB será de R$ 300, pois os valores da farinha e do trigo já estão embutidos no valor do pão.
Como os valores considerados para o cálculo são os que chegam para o consumidor, o PIB também considera os impostos sobre os produtos comercializados.
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