Jornal: lojistas dobram preço nas Americanas para não terem valores retidos
A estratégia está sendo usada pelos vendedores através da rede varejista para evitar ficar com dinheiro de cartões da empresa presos. O levantamento foi feito pelo jornal Valor Econômico, que identificou a mudança nas ofertas de alguns produtos e cruzou as informações dos próprios lojistas.
Segundo o jornal, a decisão de aumentar os preços foi confirmada em grupos de aplicativos de mensagens criados para discutir a crise que as Americanas enfrentam.
"Há 'sellers' [vendedores] colocando preços absurdos para não vender. Ele não desliga a loja, mas também não corre o risco de vender lá", disse uma fonte não identificada ao Valor Econômico.
Em um dos anúncios que tiveram o preço aumentado, um notebook da Dell ficou custando R$ 19,2 mil no site das Americanas. No KaBuM!, ligado ao Magazine Luiza, o mesmo aparelho é vendido por R$ 11,1 mil.
Um segundo lojista disse ao Valor que passou a vender notebooks importados por R$ 40 mil no aplicativo das Americanas. O preço normal do produto é de R$ 20 mil.
Americanas pediram recuperação judicial
A rede varejista entrou com o pedido na Justiça ontem. A empresa alega ter dívidas de R$ 43 bilhões com um total de 16.300 credores.
Até o terceiro trimestre de 2022 (dado do último balanço financeiro), a empresa informava um endividamento bruto de R$ 19,3 bilhões.
Após o pedido de recuperação judicial, as Americanas informaram que seguirão "operando normalmente dentro das novas regras da recuperação judicial, cujo um dos objetivos principais é a própria manutenção de empregos, pagamento de impostos e a boa relação com seus fornecedores e credores e investidores de forma geral".
A Justiça aceitou o pedido e determinou a intimação para que os bancos credores das Americanas suspendam a possibilidade de cobrança de dívidas da empresa pelo prazo de 30 dias.
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