Sete anos após o desparecimento do Boeing 777 da Malaysia Airlines, o caso permanece repleto de teorias da conspiração e poucas evidências concretas sobre o que pode ter acontecido com o avião e as 239 pessoas a bordo. O voo MH370 decolou de Kuala Lumpur (Malásia) com destino a Pequim (China), mas desapareceu misteriosamente na madrugada de 8 de março de 2014.
Desde então, apenas alguns fragmentos do avião foram encontrados. Até o momento, 34 peças do Boeing 777 apareceram em seis países. A primeira delas surgiu em julho de 2015 nas Ilhas Reunião. A última foi encontrada no mês passado na África do Sul. Nenhum corpo foi recuperado.
As buscas pelos destroços do avião foram feitas em uma área de mais de 120 mil km², duraram mais de quatro anos, envolveram diversos países e consumiram centenas de milhões de dólares. Foram utilizados aviões, barcos, mergulhadores, imagens de satélites, mapeamento de correntes marítimas e até análise de organismos marinhos encontrados nas poucas peças recuperadas.
Apesar de todo esse esforço, o mundo segue sem saber o que realmente aconteceu com o voo 370 da Malaysia Airlines.
As informações oficiais
O que se sabe oficialmente é que cerca de 40 minutos após a decolagem os pilotos fizeram o último contato com o controle de tráfego aéreo da Malásia, mas, diferentemente do que deveria ter ocorrido, não acionaram o controle do Vietnã, onde o avião deveria sobrevoar na sequência. O avião também parou de emitir informações detalhadas de sua localização aos radares.
Ainda assim, sinais do Boeing 777 puderam ser detectados por um radar militar. Esses sinais indicam que o avião fez uma curva à esquerda, voando em direção ao estreito de Malaca e depois em direção ao sul, saindo completamente da rota original para Pequim, que fica ao norte da Malásia.
O avião teria seguido essa rota por mais de sete horas até ficar sem combustível e cair no mar. As correntes marítimas teriam levado os poucos destroços do avião até a costa leste da África.
Em um relatório de 440 páginas divulgado em 2017, o Escritório de Segurança de Transporte da Austrália concluiu que é "inconcebível na era da aviação moderna em que 10 milhões de passageiros embarcam em voos comerciais todos dias que um grande avião comercial esteja desaparecido".
"As razões para o desaparecimento do voo MH370 não podem ser determinadas com segurança até que a aeronave seja encontrada", disse o relatório. E como o Boeing 777 nunca foi achado, o mistério segue vivo sete anos após seu desaparecimento.
130 livros (e teorias) sobre o caso
Sem uma conclusão oficial, restam apenas as muitas teorias da conspiração sobre o que pode ter ocorrido com o Boeing 777 naquela madrugada de 8 de março. Segundo o site especializado em aviação Airline Ratings, já foram lançados 130 livros em todo o mundo tentando explicar o que pode ter acontecido com o avião da Malaysia Airlines.
A publicação mais recente é da jornalista francesa Florence de Changy, que desde 1991 é correspondente na região da Ásia e Pacífico para o jornal Le Monde, Radio France e o canal de TV F24. No livro "The Disappearing Act" (O Ato do Desaparecimento, em tradução livre), a jornalista sustenta que o avião foi abatido por um caça, um míssil ou uma nova arma a laser que estaria sendo testada naquele momento.
"É um insulto fingir que um Boeing 777 pode desaparecer sem deixar rastros. Isso não é crível", afirmou Changy em recente entrevista ao site britânico Express.co.uk. A tese da jornalista francesa, no entanto, parece ser apenas mais uma das tantas teorias da conspiração que já surgiram sobre o caso.
Piloto suicida
Uma das teses mais difundidas sobre o caso é que um dos pilotos do avião seria um suicida e teria desviado a rota deliberadamente.
Isso explicaria por que o Boeing não emitiu mais sinais detalhados ao radar e não houve mais comunicação com o controle de tráfego aéreo (os equipamentos teriam sido desligados), além de não haver nenhum pedido de socorro.
O que não fica claro nessa tese é por que o piloto esperaria mais de sete horas para derrubar o avião.
Ataque terrorista
Outra hipótese é que o avião tenha sido sequestrado e os pilotos forçados a desviarem a rota. O Boeing 777 seria usado para algum tipo de ataque terrorista.
Nesse caso, um conflito a bordo pode ter matado os pilotos, e o avião voou no piloto automático até ficar sem combustível.
Pouso secreto
Logo após o desaparecimento, uma das teorias da conspiração mais famosas da época foi a de que o avião teria pousado em Diego Garcia, ilha britânica no Índico onde há uma base dos Estados Unidos.
O avião e as 239 pessoas a bordo estariam escondidos por lá. Com a difusão dessa teoria, o governo norte-americano teve de se manifestar oficialmente, negando a hipótese.
O desparecimento do voo 370 da Malaysia Airlines gerou muitas outras teorias da conspiração. O fato é que parece cada vez mais improvável que um dia o mundo saiba o que realmente aconteceu.
O destino parece ser o mesmo do Boeing 707 da Varig, que sumiu em janeiro de 1979 e até hoje o mistério permanece.
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