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REPORTAGEM

Compra de milhas, 'Waze' aéreo, balão vigia: conheça startups brasileiras

Novas empresas brasileiras do setor aéreo constroem aviões e oferecem serviços como compra de milhas e venda de passagens com desconto - Unsplash
Novas empresas brasileiras do setor aéreo constroem aviões e oferecem serviços como compra de milhas e venda de passagens com desconto Imagem: Unsplash

Alexandre Saconi

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/09/2021 04h00

O Brasil é um dos principais polos de desenvolvimento aeroespacial. Muito além da Embraer, uma das maiores fabricantes de aviões do mundo, diversas outras empresas investem neste segmento, desde a fabricação de peças e aviões até a oferta de produtos e serviços, como compra de milhas, venda de passagens mais baratas, vigilância por balão, "Uber" e "Waze" aéreos.

Algumas dessas empresas são startups com propostas inovadoras que vêm se firmando no mercado e mostrando sua viabilidade comercial. Veja a seguir algumas dessas iniciativas e como elas podem impactar no cotidiano de passageiros e da população.

Desaer fabrica aeronave de transporte leve

Desaer - Divulgação/Desaer - Divulgação/Desaer
Projeto do avião ATL-100, da fabricante brasileira Desaer
Imagem: Divulgação/Desaer

A Desaer é uma das mais novas fabricantes nacionais de aviões. Ela está construindo o bimotor ATL-100 (aeronave de transporte leve). A startup foi fundada pelo engenheiro Evandro Fernandes Fileno, e hoje conta com sócios que têm passagens por companhias como Boeing e Embraer, assim como seu criador.

A empresa está levantando uma fábrica em Araxá (MG), e seu escritório fica na Incubaero, uma incubadora de empresas e projetos de São José dos Campos (SP). O primeiro modelo do ATL deve entrar em operação até o ano de 2026, e já possui compradores no Brasil e no Uruguai.

A Desaer ainda mantém uma joint-venture com a empresa portuguesa Ceiia (Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto), especializada em engenharia e inovação aeronáutica. Essa companhia foi responsável por elaborar partes do avião militar C-390 Millennium (também conhecido como KC-390, da Embraer).

Flapper funciona como Uber aéreo

Flapper - Divulgação/Flapper - Divulgação/Flapper
Flapper encontra opções de fretamento e compartilhamento de voos
Imagem: Divulgação/Flapper

A Flapper é uma startup que atua com voos executivos sob demanda. A startup desenvolveu um aplicativo de reserva onde o passageiro consegue buscar voos compartilhados ou fretar uma aeronave de maneira mais simples do que o habitual.

Seu diferencial é funcionar como o Uber. No app da empresa, o passageiro escolhe origem, destino, data e define as melhores opções de viagem, seja de helicóptero, avião ou voo compartilhado com outras pessoas, e tem a cotação em tempo real.

A startup atua em outros países da América Latina, e, além de passageiros, é possível agendar o transporte de cargas e valores.

NexAtlas é o Waze da aviação

NexAtlas - Divulgação/NexAtlas - Divulgação/NexAtlas
Aplicativo NexAtlas em uso durante voo em um avião Cirrus SR22
Imagem: Divulgação/NexAtlas

Localizada em Itajubá (MG), a NexAtlas desenvolveu um aplicativo para ajudar pilotos e empresas na navegação aérea. O sistema é chamado de Waze da aviação, por auxiliar na elaboração de planos de voo e levar informações em tempo real para os tripulantes.

São mapas, imagens meteorológicas de satélites, medição de distâncias, marcações, entre outras funcionalidades que estão disponíveis offline para serem operadas durante os voos.

Em 2020, a startup disponibilizou uma função temporária para acompanhar locais onde havia suspeita de que o combustível da Petrobras estivesse contaminado.

O serviço funciona por meio de assinatura, e pode ser adquirido a partir de R$ 39,90 mensais. O projeto teve apoio da iniciativa Samsung Creative Startups, que investiu na NexAtlas para auxiliar na elaboração do produto.

FlyBy compra milhas e vende passagem com desconto

A compra de milhas aéreas e venda de passagens a preços menores é o foco da startup FlyBy, de São Paulo. Para isso, os sócios da empresa desenvolveram um sistema próprio de busca de voos, que monitora as oscilações de preços.

A startup foi criada em 2018, e diz já ter negociado mais de 15 bilhões de milhas desde o início das operações. Ainda segundo a empresa, isso representa uma movimentação em torno de R$ 78 milhões.

MFSim faz simuladores de pilotagem

MFSim - Divulgação/MFSim - Divulgação/MFSim
Simuladores auxiliam no treino de pilotos e reduzem custos de formação
Imagem: Divulgação/MFSim

A MFSim produz simuladores de voo, equipamentos obrigatórios na formação de algumas categorias de pilotos e que permitem o treino de situações de emergência, aumentando a segurança em voo.

A startup exporta seus produtos para diversos países, como Alemanha, China, Estados Unidos, Holanda e Moçambique.

Entre os simuladores produzidos, estão os dos aviões Cessna 172 e Caravan C208, além do helicóptero AS350 Esquilo, fornecido para grupamentos de segurança pública.

A empresa também está desenvolvendo um simulador de helicópteros para a FAB (Força Aérea Brasileira).

Simuladores ajudam a reduzir custos com treinamentos de tripulantes e aumentam a segurança operacional.

A empresa foi criada em 2018 e, desde 2019, está sediada no Parque Tecnológico São José dos Campos (SP), espaço criado pela prefeitura e pelo governo de SP para o desenvolvimento de novas tecnologias, produtos e serviços.

Altave usa balões para vigilância

A startup Altave atua no monitoramento de grandes áreas. Para isso, desenvolveu tecnologia que usa balões cativos, que são aqueles que ficam presos ao solo, equipados com sistemas de filmagem e fotografia.

A solução da empresa foi utilizada na vigilância de alguns locais durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, além do monitoramento de áreas portuárias e da usina de Belo Monte, no Pará.

A Altave foi fundada em 2011, e também está sediada no Parque Tecnológico São José dos Campos (SP).