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Mercado da China despenca 8,5% e arrasta Bolsas do mundo todo; entenda

Investidor cobre o rosto em frente a painel da Bolsa de Taiwan, que caiu 4,84% hoje - David Chang/EFE
Investidor cobre o rosto em frente a painel da Bolsa de Taiwan, que caiu 4,84% hoje Imagem: David Chang/EFE

Do UOL, em São Paulo

24/08/2015 11h38Atualizada em 24/08/2015 16h17

A Bolsa da China fechou em queda de 8,46% nesta segunda-feira (24), na maior queda percentual diária desde 2007, e puxou a desvalorização das Bolsas da Ásia e do Pacífico. A queda também afeta as Bolsas da Europa e dos Estados Unidos, que operam em baixa. No Brasil, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, chegou a cair 6,5%

O resultado do mercado de ações chinês recebeu o apelido de "Segunda-feira Negra".

O tombo nesta segunda-feira dá sequência às sucessivas quedas registradas nas últimas semanas. Só na semana passada, por exemplo, a Bolsa chinesa acumulou queda de 11,5%.

O que tem afetado o mercado de ações é a preocupação com o desempenho da economia chinesa, que vem desacelerando, segundo dados recentes. Na sexta-feira, um indicador (Caixin/Markit) mostrou que a atividade da indústria encolheu, em agosto, no ritmo mais rápido em quase 6 anos e meio.

China afeta exportações e importações mundiais

A desaceleração da China preocupa porque o país é um dos maiores importadores do planeta e um dos maiores compradores de matérias-primas (chamadas de commodities), como ferro e petróleo. Portanto, quanto o ritmo da economia chinesa diminui, isso afeta toda a economia mundial.

A China também é um grande exportador, e dados econômicos têm mostrado um ritmo mais lento também nesse indicador. No início deste mês, o governo desvalorizou a moeda local, o yuan, em relação ao dólar, numa tentativa de estimular as exportações. 

A medida foi vista com receio pelo mercado, porque indica que o governo vê necessidade de intervenção para que o desempenho da economia melhore.

Medidas do governo não conseguem conter queda

Para tentar conter a queda das ações na Bolsa nas últimas semanas e reverter o pessimismo do mercado, o governo também lançou outras medidas.

A mais recente foi a decisão, no domingo (23), de permitir que fundos de pensão invistam na Bolsa do país. Inédita, a decisão tenta sinalizar que o governo confia na segurança de se investir em ações chinesas.

Mesmo com a medida, que poderia injetar bilhões de yuans em ações, a Bolsa chinesa voltou a cair nesta segunda. Pode ser um sinal de que os investidores não confiam na capacidade do governo de estimular a economia.