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Loja de roupas para executivas fatura R$ 600 mil em um ano e mira franquias

Larissa Coldibeli

Do UOL, em São Paulo

08/09/2014 06h00

Apesar de serem maioria no mercado de trabalho – 58,5% dos empregados são mulheres, segundo o IBGE--, as mulheres têm poucas opções de lojas de roupas voltadas exclusivamente para o ambiente corporativo. Focada neste nicho, a loja BUW (abreviação para Business Woman) faturou R$ 600 mil no seu primeiro ano de funcionamento no shopping Ibirapuera, em São Paulo.

A loja vende terninhos, vestidos, camisas, saias, calças e casacos em tons neutros, discretas e com poucos decotes. Os preços variam de R$ 70, para uma blusinha da linha básica, a R$ 420, para um vestido da linha premium.

O objetivo, segundo a sócia Carolina Cavalcante, 24, é oferecer praticidade, com tecidos que amassam pouco, e conforto. “Culturalmente, as mulheres investem mais na roupa de fim de semana do que na do dia a dia de trabalho. Mas a nossa cliente é uma mulher que já ocupa cargos importantes ou quer crescer na carreira e sabe a importância de estar elegante”, afirma.

A ideia de negócio surgiu em 2012, quando Cavalcante, então estudante de administração, estava em busca de um estágio e precisava comprar roupas adequadas para o trabalho, mas que não fossem tão caras. Atualmente, a empresa está formatando a expansão por franquias, que devem ser vendidas a partir do ano que vem.

“O que havia no mercado eram roupas muito clássicas, sem um toque de moda, ou muito caras. Faltava uma marca que ajudasse as mulheres a se vestirem, principalmente as jovens, que não conhecem tanto o 'dress code' do mundo corporativo. Por isso, nossas vendedoras são também consultoras e ajudam a cliente a combinar as peças segundo seu local de trabalho”, diz.

Ela se associou ao marido, Thiago Brun, 26, que trabalha no mercado financeiro, e à amiga Jenifer Torres, 25, formada em relações internacionais. Com investimento inicial de R$ 1,5 milhão, a loja foi inaugurada em abril de 2013. 

As roupas são desenhadas pela equipe de estilo da marca e a fabricação é feita por confecções terceirizadas. São vendidas cerca de 280 peças por mês, segundo Cavalcante.

“Seguimos as tendências de moda, como a estampa ou a cor da estação, mas sem exageros. Afinal, escritório não é passarela", diz. "Temos parcerias com empresas de acessórios e vendemos lenços e bijuterias que ajudam a variar o visual."

Site inspirado em Coco Chanel vende apenas peças em tweed

A loja virtual Tweed For You também aposta em moda clássica para mulheres, com peças feitas em tweed (tecido feito com fios de lã) e inspiradas na grife Chanel. O site entrou em operação em julho, com investimento inicial de R$ 75 mil, segundo a fundadora, Francine Taulois, 33.

Os preços variam de R$ 200, para blusinhas, a R$ 700, para casacos. Taulois explica que não trabalha com estoque de peças e, sim, de tecidos.

“A cliente escolhe o modelo da roupa que quer, a estampa e a cor que deseja. Trabalhamos com blusinhas, casacos, saias e vestidos. Oferecemos, em média, nove opções de tecido por modelo. As peças são feitas sob encomenda e podem ser personalizadas com um bordado com o nome da cliente. A entrega é feita em até dez dias”, diz.

Para a consultora em negócios de moda Samantha Cotrufo, o modelo de negócios da Tweed For You é inovador, mas ela tem dúvidas se vai funcionar.

“Nós estamos na era do fast fashion, as mulheres querem comprar uma roupa hoje e usar no fim de semana. Um prazo de entrega longo desanima. Talvez funcionasse melhor para vendas no atacado, já que as lojas querem cada vez mais variedade de modelos e estampas.”

Roupas devem ser versáteis para atender o nicho, diz consultora

A consultora diz que o nicho de roupas para executivas não é novidade e já foi atendido no passado pelas alfaiatarias. Ela afirma que esses fabricantes tiveram que se adaptar aos tempos de moda rápida para sobreviver.

“As marcas voltadas a este público, em geral, mantêm uma linha de roupas sociais mais básicas, mas também investem em peças da moda. Antes, havia apenas terninhos e tailleurs, mas hoje a mulher está mais descolada”, afirma.

Ela diz que é possível ter sucesso apostando neste segmento, desde que as marcas invistam em peças versáteis. “A mulher sai do trabalho e vai direto para uma happy hour, jantar ou festa. Sua roupa tem que se adequar a essas ocasiões. Além disso, a moda está descartável. As pessoas querem as novidades que estão nas vitrines e sem repetir muito, principalmente se postarem fotos em redes sociais.”

Ela afirma que o treinamento de vendedoras para atuarem como consultoras de estilo é um diferencial, assim como a oferta de acessórios que ajudam a modernizar produções clássicas.

“Como oferecem roupas mais básicas, essas lojas correm o risco de vender menos na virada de coleções, que é quando as lojas se abastecem do que será moda na próxima estação. Por outro lado, as pessoas enjoam rapidamente de estampas e cores, e as peças neutras têm boa saída o ano todo”, afirma.

Onde encontrar:

BUW - www.buwbrasil.com

Tweed For You - www.tweedforyou.com.br