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Demitido no agronegócio, empresário abre chocolataria e fatura R$ 8 milhões

Márcia Rodrigues

Colaboração para o UOL

14/04/2016 06h00

Depois de ser demitido de uma empresa do setor de agronegócios, onde vendia máquinas, em 2009, o administrador de empresas Márcio Magnus, 37, resolveu mudar de área. Atuou durante um ano em uma fabricante de chocolates e descobriu o que queria fazer.

Junto com o irmão Fábio, 50, ele criou a Chocolataria Gramado, em 2010, e passou a produzir chocolate artesanal no Rio Grande do Sul (RS). A aposta deu certo. No ano passado, a empresa faturou R$ 8 milhões, com lucro de R$ 1 milhão.

53 lojas vendem os produtos

Magnus diz que, desde 2012 a empresa vem investindo na expansão da marca. A forma escolhida foi o licenciamento. Hoje, 53 lojas multimarcas comercializam seus produtos no país.

O artigo mais barato é a trufa de brigadeiro de 20g (R$ 1,50) e o mais caro é uma cartela com trufas de avelã de 450g (R$ 80).

Chocolate a R$ 1 na Páscoa

Magnus diz que, ao contrário de muitas empresas que amargaram prejuízo no período da Páscoa, a Chocolataria Gramado se saiu bem. A empresa fechou os primeiros quatro meses do ano com um faturamento de R$ 4,3 milhões, R$ 600 mil a mais do que em igual período no ano anterior.

"Além dos ovos que já produzíamos, criamos opções menores para garantir o consumo do nosso chocolate também por clientes que estavam passando por uma situação financeira delicada." A menor e mais barata versão dos ovos da Chocolataria tinha 20g e custava R$ 1.

Venda porta em porta 

Outra medida que ele considera positiva é a diversificação dos canais de vendas. "Até o ano passado, as vendas nas lojas representavam 60% do negócio. Neste ano, a representatividade desse canal caiu para 40%, e registramos crescimento nas vendas porta a porta e corporativas."

Ele diz que a fabricante participou de concorrências em grandes companhias, interessadas em dar ovo de Páscoa para seus colaboradores e clientes. "Tivemos encomendas avaliadas em R$ 290 mil, por exemplo, e isso nos garantiu um bom faturamento." A empresa também participou de eventos regionais.

Para manter o resultado ao longo do ano, o empresário diz que vai apostar em lançamentos para datas comemorativas como Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia dos Pais, Dia das Crianças, Natal, entre outros.

Produto artesanal é mais caro

José Vieira de Oliveira, consultor do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), diz que o chocolate artesanal é mais caro do que o industrial, mas, mesmo em época de crise, o cliente que compra produtos de mais qualidade é fiel.

"Ele pode comprar o produto em uma embalagem menor, mas não deixará de consumir."

Expansão exige cautela

De acordo com Oliveira, toda expansão deve ser estudada para não prejudicar a qualidade do produto. "Quem consome o produto está acostumado com aquele sabor e textura. Por isso, a logística deve ser um ponto importante do negócio."

Magnus afirma que, de fato, o transporte foi uma dificuldade no início. "Depois de muita análise, optamos por usar caminhões com baú refrigerado para transportar nossos chocolates para outros Estados. Agora nossos produtos têm o mesmo sabor, independentemente de onde eles serão consumidos."

Onde encontrar:

Chocolataria Gramado: http://www.chocolatariagramado.com.br

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