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ANÁLISE

Itaú divulga resultados acima do previsto; o que esperar das ações?

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Imagem: Getty Images

Felipe Bevilacqua

14/02/2022 08h57

O balanço do Itaú, o terceiro grande banco a divulgar os resultados do último trimestre de 2021, superou as expectativas do mercado. Qual será a tendência para suas ações?

Confira a seguir o comentário de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento, sobre o tema. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e avaliações de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimento. Este conteúdo é acessível para os assinantes do UOL. O UOL tem uma área exclusiva para quem quer investir seu dinheiro de maneira segura e lucrar mais do que com a poupança. Conheça!

Diferentemente de seus principais concorrentes do setor privado -Bradesco (BBDC3/BBDC4) e Santander (SANB11)-, os resultados do Itaú (ITUB3/ITUB4) no quarto trimestre de 2021 vieram sólidos, acima das projeções do mercado, com destaque para o crescimento da carteira de crédito e para mais uma alta no retorno sobre o patrimônio líquido (ROE).

O lucro líquido da companhia totalizou R$ 7,2 bilhões, valor 5,6% maior do que o reportado no terceiro trimestre, e 32,9% superior ao observado no 4T20. No acumulado do ano, o lucro líquido somou R$ 24,98 bilhões, ocupando o posto de segundo melhor resultado nominal da história do banco, atrás apenas do reportado em 2019 (R$ 26,5 bilhões).

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) foi de 20,2% no trimestre, uma melhora de 4 pontos percentuais em relação ao 4T20.

O ROE é um indicador que tem como objetivo medir a capacidade que uma empresa tem para gerar valor para o negócio e para investidores, a partir dos recursos que a própria empresa possui, sendo, portanto, particularmente importante para analisar o desempenho dos bancos.

Apesar da melhora, o ROE do Itaú segue abaixo dos 23,7% vistos no 4T19, período anterior à pandemia.

A carteira de crédito do banco cresceu 6,7% em comparação com o trimestre anterior, atingindo R$ 1 trilhão, enquanto a inadimplência acima de 90 dias ficou estável, no patamar de 2,5%.

Entretanto, as provisões para devedores duvidosos (PDD) - quantia que o banco separa para arcar com o risco de inadimplência dos clientes - tiveram um aumento de 23,5% em relação ao 3T21, atingindo R$ 6,8 bilhões, e reforçando a tendência de preocupação com o aumento da inadimplência observada também nos balanços de Bradesco e Santander.

Por fim, a margem financeira - diferença entre os juros que são cobrados nos empréstimos realizados pelo banco e os juros pagos pelo banco em suas captações - cresceu 6,1% em relação ao trimestre anterior, e 14,6% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, alcançando R$ 21,2 bilhões.

Em suma, os números apresentados pelo Itaú sinalizam que a instituição tem conseguido conduzir seu modelo de negócios de forma mais eficiente do que seus concorrentes no presente momento.

Dessa forma, esperamos impacto positivo no preço das ações do Itaú no curto prazo. No pregão de sexta-feira, os papéis ITUB3 e ITUB4 fecharam em alta de 5,01%, a R$ 22,86, e 5,91%, a R$ 26,53, respectivamente.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.