Inflação em maio é a menor em quase um ano, mas fica no teto da meta
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, subiu 0,37% em maio, a menor taxa para um mês desde junho de 2012, quando tiveram início os reajustes mais intensos dos alimentos. Em abril, a inflação tinha ficado em 0,55%.
No acumulado dos últimos 12 meses, os preços ficaram no teto da meta do governo (6,50% até maio). O objetivo do governo é que a inflação fique em 4,5%, mas tem uma tolerância de mais ou menos 2 pontos percentuais. Em abril, o indicador havia ficado em 6,49%.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (7) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A inflação se manteve no teto da meta do governo em maio, deixando pouco espaço para o Banco Central permitir uma alta adicional do dólar.
Inflação acumulada em 12 meses
Fonte: IBGE
Maiores altas no ano
Fonte: IBGE
Remédios lideram impactos no mês
Assim como em abril, os remédios lideraram os principais impactos no indicador em maio. Apesar de terem subido menos que em abril (2,99%), a alta de 1,61% em maio faz os medicamentos acumularem aumento de 4,80% no ano.
Além das despesas com saúde, cinco dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram taxas mais baixas em maio do que em abril.
Preço dos alimentos pressiona as famílias com rendas menores
Os alimentos tiveram forte desaceleração, passando de 0,96% em abril para 0,31% em maio. Entre os produtos que ficaram mais baratos, o tomate foi o grande destaque (queda de 10,31%).
A variação no preço dos alimentos tem um impacto maior sobre as famílais mais pobres. O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação das famíliasque recebem até cinco salários mínimos, registra alta de 6,95% em 12 meses.
Inflação preocupa governo
A alta dos preços se tornou o principal tema econômico no Brasil nos últimos meses, chegando a afetar a popularidade da presidente Dilma Rousseff. O Banco Central elevou a taxa de juros para manter a inflação sob controle, mas a recente alta do dólar ameaça aumentar os preços de bens importados.
O dólar subiu 7% no mês passado para o maior nível em quatro anos como parte de uma tendência global de valorização da moeda norte-americana. Embora analistas afirmem que ainda é cedo para ver um impacto significativo sobre a inflação, integrantes do BC já disseram várias vezes neste ano que uma moeda mais estável era crucial para o cenário de inflação.
A projeção mediana de economistas de instituições financeiras consultadas semanalmente pelo BC estima a inflação em 5,8% ao final do ano.
(Com Reuters)
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