Até onde vai essa transformação no mundo corporativo?
O futuro não é o que se teme, é o que se ousa.
Carlos Lacerda
Se alguém dormisse no ano 2000, que, em termos de história é quase um nada, e acordasse hoje, apenas 21 anos depois, provavelmente imaginaria ainda estar sonhando. A começar pelos trajes dos profissionais dentro das organizações. Bermudas? Camisetas? Tênis? Pensaria: opa, acordei dentro de um clube de campo, não nas instalações de uma empresa.
Bem, se é que poderia encontrar profissionais dentro das empresas. Com a migração do trabalho presencial para o remoto, a chance de ver alguém perambulando pelas instalações da companhia seria próxima de zero. Algumas organizações não abrem as portas há mais de um ano.
E se essa mesma pessoa dormisse hoje e acordasse daqui a 20 anos, encontraria mudanças ainda mais extraordinárias. As novidades que levavam décadas para aparecer, hoje ocorrem em meses, semanas, e, em alguns casos, até em poucos dias. Ou seja, quem der uma cochilada, vai rapidinho para o fim da fila.
Nem todos se deram conta da revolução ocorrida no mundo corporativo. As transformações surgiriam de uma forma ou de outra, mas se precipitaram com o empurrãozinho da pandemia. Aqueles planos que entravam e saíam das reuniões, e ninguém decidia com receio de experimentar um mundo desconhecido, finalmente tiveram de ser definidos.
Um futuro de mudanças
Quem teve visão e foi ousado, conseguiu se enquadrar aos novos tempos. Em entrevista à Folha de São Paulo, neste sábado, dia 5, Rodrigo Galvão, presidente da Oracle, um jovem de 36 anos, mas já na organização há 19, conta que estavam tão bem preparados para essa nova era que em pouco tempo conseguiram um crescimento de três dígitos na plataforma de nuvens.
Eles observaram a movimentação que ocorria à sua volta, perceberam a trajetória do mercado, aproveitaram os ventos favoráveis e, sem hesitar, navegaram nessa direção. Um exemplo dessa atitude inovadora foi o fato de tirarem a obrigatoriedade de contratação de determinadas universidades e contratarem sem viés. Deram prioridade às contratações às cegas.
O valor do caráter
O que conta para eles é o caráter da pessoa. A própria Oracle tomou para si a incumbência de capacitar os jovens para o mercado de trabalho. Ou seja, para as suas necessidades, ou as de outras organizações, especialmente clientes, que queiram contar com essa mão de obra treinada por eles.
Essa é uma decisão admirável, pois demonstra que a sua preocupação com o ser humano não está apenas no discurso, mas sim no que podem fazer pela sociedade.
Alguém poderia perguntar: mas, o que eles ganham com isso? Com essa filosofia a empresa bate recordes em cima de recordes. E são sinceros nessa preocupação com o futuro dos jovens. E, cá entre nós, quem não gostaria de trabalhar em uma empresa tão arejada?
O que conduz ao futuro
Segundo Galvão, as mudanças só poderão ocorrer se houver uma transformação de cultura relevante. Com a experiência de duas décadas na organização, o jovem presidente afirma com a segurança de um executivo que tem certeza da sua competência: o que nos trouxe até aqui não é o que nos levará para frente.
A consciência de que as mudanças serão uma constante nas atividades da empresa, obriga cada um de seus executivos vislumbrar não apenas o que está acontecendo de novo, mas sim como os movimentos atuais afetarão os destinos de suas operações. Dessa forma poderão enfrentar o futuro sem grandes surpresas.
Até para começar
O Instituto Via de Acesso, ONG especializada no recrutamento, capacitação e inserção de jovens para o mercado de trabalho passou por uma revolução. Desenvolve hoje quase que totalmente suas operações pelo sistema remoto. Note que até quem vai iniciar a vida profissional deverá estar pronto para essa nova realidade.
O superintendente geral, Valdir Scalabrin, comentou que foi possível se desfazer de uma estrutura física pesada e custosa, com resultados muito mais eficientes. Hoje o Via de Acesso consegue fazer o recrutamento e a capacitação dos jovens muito mais rapidamente com resultados melhores.
Aproveitam o fato de os jovens terem habilidades naturais para atuar nas mais diferentes mídias digitais, dão a eles a liberdade de escolha para que se sintam confortáveis e recrutam as pessoas com o perfil certo para as necessidades de cada empregador. Tudo muito rápido, seguro e eficiente.
É preciso estar pronto
E você já se preparou para essas mudanças? Ninguém tem muita certeza do que irá ocorrer. Uns dizem que o mundo não será diferente de como era na época da pré-pandemia. Outros preveem algumas poucas mudanças, aproveitando a experiência que tiveram ao longo desse tempo de anormalidade. Há aqueles, entretanto, que são mais radicais, pois vislumbram uma realidade totalmente modificada.
Não importa quem esteja com a razão. O certo é que de uma forma ou de outra, quem quiser permanecer no mercado de trabalho, precisará desenvolver a habilidade de se adaptar o mais rápido possível. As empresas não bancarão a babá, dando aos seus colaboradores tempo e colo para que se acostumem.
O mundo corporativo espera que o seu pessoal esteja pronto para mostrar os caminhos que deverão ser percorridos. Portanto, os olhos precisarão estar voltados para o amanhã. E cada um deverá perguntar a si mesmo: o que eu preciso fazer para ser útil com o meu conhecimento, minha experiência e competência, e me ajustar aos novos tempos?
Superdicas da semana
- Analise quais são as adaptações necessárias para fazer bem seu trabalho
- Aprenda a se comunicar a distância
- Estruture sua vida para trabalhar no sistema home-office
- Olhe para o futuro, pois novas mudanças ocorrerão rapidamente
Livros de minha autoria que ajudam a refletir sobre esse tema: "Como Falar Corretamente e sem Inibições", "Comunicação a distância", "Os segredos da boa comunicação no mundo corporativo" e "Oratória para advogados", publicados pela Editora Saraiva. "29 Minutos para Falar Bem em Público", publicado pela Editora Sextante.
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