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Ações da farmacêutica Hypera sobem 48% neste ano; ainda vale investir?

Getty Images/Istock
Imagem: Getty Images/Istock

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/08/2022 09h00

Esta é a versão online parcial da newsletter A Companhia, que analisa se é o momento ou não de comprar ações da Hypera Pharma e pontos positivos e negativos da empresa. Na newsletter completa, apenas para assinantes, veja perspectivas da empresa, para qual perfil de investidor é indicada, se ela está barata e quais os valores de compra e venda recomendados. Quer receber a edição completa no seu email na semana que vem? Clique aqui.

Nesta semana, o destaque na newsletter A Companhia é a Hypera Pharma, selecionada por Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos.

A empresa obteve lucro líquido de R$ 456 milhões no segundo trimestre, com queda de 3% de relação a igual período de 2021. A receita líquida aumentou 25,8% no intervalo, para R$ 1,9 bilhão, impulsionada pelo mercado institucional.

"Sendo uma companhia já bem estabelecida no seu segmento e tendo bons indicadores de rentabilidade, a Hypera é uma boa candidata a entrar em portfólios de investidores que gostam de ativos de qualidade e que buscam equilibrar a carteira com um nome mais defensivo em tempos de volatilidade", diz o especialista.

Ele lembra que a empresa tem apresentado um retorno sobre o patrimônio líquido de aproximadamente 14% nos últimos períodos.

Após perda de 14,2% em 2021, as ações da Hypera (HYPE3) acumulam alta de 47,7% neste ano, até 19 de agosto.

Saiba mais sobre a Hypera Pharma

Fundada em 2001 com o nome Hypermarcas, adotou em 2017 uma nova marca corporativa, a Hypera Pharma. Trata-se da maior empresa farmacêutica do país, por receita líquida, e a única que está presente em todos os segmentos relevantes do varejo ligado ao setor.

Seu portfólio inclui medicamentos bastante conhecidos do grande público, como Neosaldina, Dramin e Buscopan. O grupo lançou mais de 80 produtos em 2021 e prevê mais de 100 novidades para este ano.

Por que as ações da Hypera Pharma são uma oportunidade para investir?

Crespi lembra que a Hypera refinou seu modelo de negócios e passou a focar na manufatura de produtos médicos, com os quais atua nos principais segmentos do mercado - sendo um dos nomes mais fortes dentro do varejo farmacêutico nacional.

"Com marcas que incluem remédios de prescrição, genéricos/similares (sob a identidade Neo Química, que batiza a Arena do Corinthians) e produtos mais direcionados ao dia a dia (como o adoçante Zero Cal, por exemplo), a companhia tem um portfólio bem sortido", afirma o analista.

Além disso, é um competidor que se beneficia do cenário de envelhecimento da população, cuja consequência direta é o aumento expressivo dos gastos com medicamentos.

Pontos a favor

  • Resultados: tem apresentado balanços sólidos e, recentemente, passou a mapear as vendas na ponta final (conhecidas como "sell-out" e que bateram recorde no segundo trimestre), cadenciando melhor o capital de giro e alocando de maneira mais eficiente os recursos para produção de medicamentos;
  • Força comercial: possui ampla base de representantes, que apresentam os produtos para a comunidade médica, tanto de forma presencial quanto digital;
  • Diversificação e inovação: é conhecida pela presença no varejo, mas já começa a mirar o mercado institucional, no qual tem baixa penetração. Além disso, investe alto em pesquisa e desenvolvimento - no último demonstrativo, 27% da receita líquida veio de produtos lançados nos últimos cinco anos.

Pontos contra

  • Governança corporativa: foi reformulada há poucos anos, após casos de corrupção envolvendo ex-executivos da empresa, mas o assunto ainda é tratado com cautela na comunidade de investidores;
  • Endividamento: apesar do bom histórico de geração operacional de caixa, a dívida líquida/Ebitda dos últimos 12 meses é de 2,8 vezes, reflexo de aquisições recentes. Ainda que não represente um nível de alavancagem preocupante, pode prejudicar os planos de expansão via compra de outros players;
  • Câmbio: parte da matéria-prima usada pela companhia é importada e, portanto, um dólar fortalecido tem potencial de prejudicar as margens de lucro.

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