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Rede D'Or, líder em hospitais, tem queda em lucro e ações; vale investir?

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Imagem: Divulgação

Colaboração para o UOL, em São Paulo

06/09/2022 09h00

Esta é a versão online parcial da newsletter A Companhia, que analisa se é o momento ou não de comprar ações da Rede D'Or e pontos positivos e negativos da empresa. Na newsletter completa, apenas para assinantes, veja perspectivas da empresa, para qual perfil de investidor é indicada, se ela está barata e quais os valores de compra e venda recomendados. Quer receber a edição completa no seu email na semana que vem? Clique aqui.

O destaque da semana na newsletter A Companhia é a Rede D'Or, maior grupo integrado de cuidados em saúde do país, selecionado por Victor Bueno, analista da Nord Research.

Ele destaca que a empresa já anunciou 17 aquisições de hospitais no Brasil desde sua estreia na Bolsa, em dezembro de 2020, o que representa o acréscimo de 2.213 leitos - aumentando as perspectivas de crescimento de receitas nos próximos anos.

Pelos números de junho, a posição de caixa da Rede D'Or é de aproximadamente R$ 14 bilhões. "O valor é suficiente para mantermos a confiança de que a companhia continuará em ritmo acelerado, buscando novas aquisições, o que aumentará o potencial de entrega de resultados no longo prazo."

A empresa divulgou lucro líquido de R$ 358,4 milhões relativo ao segundo trimestre, com queda de 25% no comparativo anual, em função principalmente da piora no resultado financeiro.

Após desvalorização de 33% em 2021, as ações da Rede D'Or (RDOR3) acumulam perda de 23,7% neste ano, até 2 de setembro, segundo informações do TradeMap, hub independente do mercado financeiro.

Saiba mais sobre a Rede D'Or

Fundada em 1977, a companhia nasceu como um laboratório de exames e, após mais de duas décadas, inaugurou seu primeiro hospital. Desde então, vem apresentando forte crescimento, tanto orgânico (construção ou expansão de unidades) quanto inorgânico (via fusões ou aquisições).

Atualmente, é a maior operadora de hospitais privados do Brasil, com 68 unidades em operação, que somam mais de 11 mil leitos. Entre suas marcas, estão Hospital São Luiz (em São Paulo) e Copa D'Or e Barra D'Or (Rio).

Por que as ações da Rede D'Or são uma oportunidade para investir?

Bueno ressalta que a companhia segue focada em seu plano de expansão e ainda possui apenas 4% dos leitos privados no país.

"Com uma combinação de crescimento (orgânico e via aquisições) e eficiência em suas operações, a Rede D'Or traz claros indícios de que é uma das grandes oportunidades presentes na Bolsa brasileira", diz o especialista.

Ele lembra também que, além de aumentar sua rede com os hospitais adquiridos e construídos, a empresa elevou sua participação na Qualicorp, gestora de planos de saúde.

"A companhia usa os dados e o conhecimento que tem para ajudar a Qualicorp no serviço de consultoria a empresas que estão adquirindo um plano de saúde", diz Bueno. Segundo ele, isso estimula uma fidelização maior nos planos vendidos.

Pontos a favor

  • Marca é referência em hospitais privados no Brasil, devido à qualidade dos serviços, alcance nacional e escala conquistada nos últimos anos;
  • Apesar de ser a maior operadora independente de hospitais no país, tem potencial de crescimento, pois sua fatia ainda é pequena em um mercado altamente pulverizado;
  • Possui um plano comprovado e eficiente de expansão de leitos, seja de forma orgânica ou inorgânica;
  • Fusão com a SulAmérica (que ainda depende de aprovações de órgãos reguladores) pode gerar uma gigante no setor brasileiro de saúde, com faturamento combinado superior a R$ 40 bilhões.

Pontos contra

  • Eventual nova onda ou variante da Covid-19 pode voltar a reduzir o ticket médio (calculado a partir da receita bruta total e do número de pacientes-dia) da empresa, comprimindo seus resultados;
  • Linha financeira do balanço pode seguir pressionando o lucro líquido, dado o aumento da dívida para sustentar os planos de crescimento em meio a taxas de juros ainda elevadas;
  • Reajustes de preços passam por revisões complexas junto aos clientes (operadores de planos de saúde). Isso depende de uma boa relação entre as partes para manter a geração de caixa saudável.

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