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Bolsa cai 3,24%, atinge menor nível desde abril e passa a ter perdas no ano

Do UOL, em São Paulo

23/10/2014 17h33Atualizada em 23/10/2014 17h52

Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em queda de 3,24%, aos 50.713,26 pontos nesta quinta-feira (23). É a menor pontuação final diária desde 15 de abril (50.454,35 pontos).

É o quarto dia seguido que a Bolsa fecha no vermelho; neste período, a baixa acumulada é de 8,99%.

Com o resultado, a Bolsa anula a alta que acumulava no ano até agora (que na véspera era de 1,75%) e passa a ter queda de 1,54%.

Banco do Brasil cai 9%; Petrobras perde 7%

As ações do chamado "kit eleição", que têm sido mais vulneráveis ao cenário político no Brasil, fecharam em forte queda, ajudando a puxar o índice para baixo. O Banco do Brasil (BBAS3) fechou em queda de 9,11%, a R$ 24,95.

A ação preferencial da Petrobras (PETR4), que dá prioridade na distribuição de dividendos, fechou em baixa de 7,22%, a R$ 15,41; a ordinária (PETR3), que dá direito a voto, caiu 6,23%, a R$ 15,05.

A ação preferencial da Eletrobras (ELET6) fechou em baixa de 4,64%, a R$ 8,64. O Itaú (ITUB4) caiu 4,53%, a R$ 32,25; e o Bradesco (BBDC4) perdeu 6,02%, a R$ 32,80.

Foco nas eleições

Profissionais do mercado ouvidos pela Reuters atribuíam a forte queda nesta sessão a rumores, depois confirmados, sobre aumento da vantagem da presidente Dilma Rousseff (PT) sobre o adversário Aécio Neves (PSDB) na corrida presidencial.

Segundo a Reuters, operadores e analistas têm manifestado insatisfação com as diretrizes econômicas do atual governo, e resultados de pesquisas sugerindo manutenção ou alternância do governo em Brasília têm refletido na Bolsa.

Depois do fechamento, foram divulgadas pesquisas dos institutos Datafolha e Ibope que confirmaram as expectativas dos investidores, mostrando a presidente Dilma Rousseff (PT) na liderança das intenções, fora da margem de erro.

Segundo o Ibope, a presidente Dilma Rousseff (PT) teria 54% das intenções de voto contra 46% de Aécio Neves (PSDB), considerando apenas os votos válidos.

Para o Datafolha, Dilma tem 53% das intenções de votos, enquanto Aécio tem 47%, também considerando apenas os votos válidos. A margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

Dólar tem maior nível desde 2005

No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 1,35%, a R$ 2,514 na venda. Segundo a agência de notícias Reuters, é maior valor de fechamento desde 29 de abril de 2005, quando ficou em R$ 2,528.

Esta já é a quarta alta seguida da moeda, fazendo com que o ganho acumulado na semana até agora chegue a 3,34%. No ano, o dólar acumula valorização de 6,63%.

Resultados e ações

O quadro eleitoral acabou ofuscando a divulgação de vários resultados de empresas nesta quinta, com destaque para os dados de produção da Vale.

A mineradora bateu recordes de produção de minério de ferro no trimestre e no acumulado dos primeiros nove meses do ano. Assim, as ações preferenciais (VALE5) fecharam em alta de 1,9%, a R$ 23,62; as ordinárias (VALE3) subiram 1,83%, a R$ 27,25.

A Gol (GOLL4) divulgou que a receita por passageiro captada pela empresa subiu no terceiro trimestre, mas o indicador de preços de passagens aéreas teve leve queda. A ação fechou em baixa de 6,5%, a R$ 10,64.

A Hering (HGTX3) divulgou vendas fracas no seu balanço, mas uma alta no lucro impulsionada por benefícios fiscais. A ação fechou em queda de 2,27%, a R$ 21,50.

A Natura (NATU3) teve lucro maior, mas o faturamento subiu menos que o esperado. O papel fechou em queda de 4,48%, a R$ 34,10.

Saiba quais são os motivos do sobe e desce do dólar, as medidas adotadas pelo governo e quem essa oscilação beneficia

Entenda

Bolsas europeias sobem; China perde 1%

As principais Bolsas da Europa fecharam em alta. Os ganhos foram limitados, no entanto, por resultados de empresas que vieram abaixo do esperado.

A Bolsa da França subiu 1,28% e a da Alemanha ganhou 1,2%. A Bolsa da Itália fechou em alta de 0,88%; a da Espanha, de 0,82%; a de Portugal avançou 0,52%; e a da Inglaterra, 0,3%.

A maioria das Bolsas da Ásia e do Pacífico fechou em baixa. Os investidores estavam preocupados com o crescimento global e não se impressionaram com os dados sobre a indústria chinesa.

A Bolsa de Xangai fechou em queda de 1,04%; o Nikkei, do Japão, caiu 0,37%; Hong Kong perdeu 0,3%. A Bolsa da Coreia do Sul teve queda de 0,27%; a de Taiwan recuou 0,2%; a da Austrália fechou quase estável, com leve queda de 0,05%.

A Bolsa de Cingapura foi na contramão e subiu 1,05%.

(Com Reuters)