Dólar sobe pelo 2º dia e vai a R$ 2,885, maior valor desde setembro de 2004
Após operar em queda nas primeiras horas de negociações, o dólar comercial mudou de tendência e registrou a segunda alta seguida nesta quinta-feira (26), fechando com valorização de 0,6%, a R$ 2,885 na venda. É o maior valor de fechamento desde 15 de setembro de 2004, quando foi a R$ 2,903.
Na véspera, a moeda havia subido 1,22%.
A alta desta sessão foi influenciada por dados sobre os Estados Unidos que sugerem que o Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) pode começar a elevar a taxa de juros em meados deste ano.
Apesar da queda dos preços ao consumidor dos EUA em janeiro e do resultado maior que o esperado dos pedidos de auxílio-desemprego na semana passada, as encomendas de bens duráveis avançaram no mês passado, recuperando-se após quatro meses de queda.
"Na margem, eu diria que os dados mantêm o Fed em vias de elevar os juros entre junho e setembro", disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta à agência de notícias Reuters.
A alta dos juros nos EUA preocupa investidores, pois poderia atrair para lá recursos atualmente investidos onde os rendimentos são maiores, como é o caso do Brasil.
Atuação do BC no mercado de câmbio
No Brasil, o Banco Central manteve seu programa de intervenções no mercado de câmbio, mas agora com metade da oferta.
Foram vendidos 2.000 contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares): 500 com vencimento em 1º de dezembro deste ano e os outros 1.500 para 1º de fevereiro do ano que vem.
O BC também rolou praticamente todo o lote de contratos que vence em 2 de março, repetindo o padrão que vem seguindo nos últimos cinco meses ao vender a oferta total de até 13 mil contratos.
Foram vendidos 11.400 contratos para 1º de abril de 2016 e 1.600 com vencimento em 1º de junho do ano que vem.
A operação movimentou o equivalente a US$ 631,4 milhões. Se mantiver o comportamento dos últimos meses e não fizer leilão para rolagem na última sessão do mês, o BC terá rolado o equivalente a US$ 10,085 bilhões, ou cerca de 97% do lote total, correspondente a US$ 10,438 bilhões.
O próximo lote de swaps vence em 1º de abril e equivale a US$ 9,964 bilhões.
(Com Reuters)
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