Dólar cai 3,73% e fecha abaixo de R$ 4, após anúncios do BC e do Tesouro
Após encostar em R$ 4,25, o dólar comercial inverteu a tendência e passou a cair, fechando esta quinta-feira (24) com queda de 3,73%, a R$ 3,991 na venda. É a maior queda percentual diária desde 10 de maio de 2010, quando a moeda tinha caído 4%.
O motivo da desvalorização foram declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini (leia mais abaixo), e um anúncio de leilão de títulos públicos feito pelo Tesouro Nacional.
Com isso, a moeda norte-americana interrompeu uma sequência de cinco altas. Na véspera, tinha subido 2,28% e fechado a R$ 4,146, no nível mais alto desde a criação do Plano Real.
No ano, a moeda acumula valorização de 50,13%.
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Tesouro anuncia programa de leilões diários
O Tesouro Nacional anunciou um programa de leilões diários de compra e venda de Notas do Tesouro Nacional-Série F (NTN-F) entre 25 de setembro e 2 de outubro, com objetivo de diminuir a instabilidade no mercado.
Além disso, fará um leilão extraordinário de venda de Letras Financeiras do Tesouro (LFT) no dia 29 de setembro.
Os leilões tradicionais de Letras do Tesouro Nacional (LTN) e NTN-F previstos para 1º de outubro foram cancelados.
Segundo comunicado do Tesouro, o objetivo é "fornecer liquidez ao mercado de títulos públicos e garantir o bom funcionamento desse e de outros mercados correlatos".
BC pode usar reservas internacionais
O presidente do BC reafirmou a estratégia de manter a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% por um "período suficientemente prolongado", num momento em que o mercado apostava na alta dos juros no futuro.
Tombini também foi questionado sobre a possibilidade de o BC usar as reservas internacionais do Brasil, atualmente em torno de US$ 370 bilhões, para fazer leilões de dólares e tentar conter a alta da moeda.
"Certamente todos os instrumentos estão à disposição do BC", disse, sem dar detalhes. "Em relação às reservas internacionais, são um seguro. Pode e deve ser utilizado".
A declaração trouxe expectativa de que o BC possa fazer leilões de dólares no mercado à vista.
Atuação do BC intensificada
O BC intensificou sua atuação no mercado de câmbio na véspera, com dois leilões de venda de dólares com compromisso de recompra e um leilão de novos swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares).
Também durante a sessão passada, anunciou para esta quinta-feira outro leilão de novos swaps, na qual vendeu a oferta total de até 20 mil contratos.
Além disso, o BC vendeu a oferta total de até 9.450 swaps cambiais para rolagem dos contratos que vencem em outubro. Ao todo, já rolou o equivalente a US$ 7,621 bilhões, ou cerca de 80% do lote total, que corresponde a US$ 9,458 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
Cenário político e econômico preocupam
O dólar tem avançado nas últimas sessões devido a preocupações com as contas públicas brasileiras e com as turbulências políticas. Investidores temem que o país perca seu selo de bom pagador por outras agências de classificação de risco, além da Standard & Poor's.
Operadores não conseguem estimar até que ponto o dólar deve subir, mas é unânime a percepção de que a moeda deve continuar pressionada.
"O mercado está apostando em uma saída de capitais e em mais rebaixamento", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado à agência de notícias Reuters.
(Com Reuters)
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