Dólar sobe 2% no dia e 3,4% na semana, a R$ 3,823, maior valor em 15 dias

O dólar comercial teve um dia de instabilidade e acelerou a alta na última hora de negociação, fechando esta sexta-feira (27) com valorização de 2,05%, cotado a R$ 3,823 na venda.

Esse é o maior valor de fechamento em duas semanas. Em 13 de novembro, o dólar havia fechado a R$ 3,833. 

Com isso, a moeda norte-americana termina a semana com alta de 3,42%. No mês de novembro, o dólar acumula desvalorização de 1,02%. No ano, porém, tem alta de 43,81%. 

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Crise política no Brasil

Investidores continuavam preocupados com a instabilidade política e econômica do Brasil. Nesta tarde, a presidente Dilma Roussff (PT) cancelou parte de uma viagem internacional para poder acompanhar a votação no Congresso da nova meta para as contas públicas deste ano, marcada para a noite da próxima terça-feira.

A presidente também pode baixar ainda hoje decreto bloqueando cerca de R$ 10 bilhões em gastos evitar questionamentos jurídicos do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre as contas do governo.

Operadores do mercado também citaram à agência de notícias Reuters rumores de que o ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), estaria negociando uma delação premiada com a Procuradoria-Geral da República

O senador foi preso na quarta-feira sob a acusação de tentar obstruir o andamento da operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras. 

Investidores temem que a prisão atrapalhe os esforços do governo para aprovar no Congresso as medidas do ajuste fiscal.

Atuações do BC

O Banco Central fez, pela manhã, o último leilão de rolagem dos swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) com oferta de até 12.120 contratos que vencem em dezembro. Ao todo, o BC rolou 97% do volume total, que corresponde a US$ 10,905 bilhões. 

O próximo lote de swaps, que vence em janeiro, equivale a US$ 10,694 bilhões.

Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.

Bolsa da China despenca mais de 5%

A Bolsa da China fechou em queda de mais de 5%, maior baixa desde agosto. O tombo aconteceu em meio a notícias de que o órgão regulador do mercado acionário ampliou sua investigação sobre corretoras e incluiu a quarta maior do país.

Com isso, investidores ficaram mais cautelosos em relação à economia chinesa, importante referência para outros mercados emergentes.

Feriado nos EUA

A alta do dólar também foi influenciada pelo baixo volume de negócios. Muitos operadores estrangeiros "enforcaram" a sexta-feira devido ao feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, na véspera.

Por causa do feriado, o mercado norte-americano funcionou em horário reduzido nesta sessão.

(Com Reuters)