Após decisão sobre impeachment, dólar fecha em queda de 2,26%, a R$ 3,749
O dólar comercial fechou esta quinta-feira (3) em queda de 2,26%, a R$ 3,749 na venda, um dia após o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitar o pedido para abrir processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT).
Com isso, o dólar emenda a terceira queda seguida. Na véspera, a moeda norte-americana havia caído 0,5%.
Essa foi a maior queda percentual diária em um mês. Em 3 de novembro, o dólar havia fechado em queda de 2,39%.
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Crise política no Brasil
A decisão de Cunha de acatar o pedido de impeachment contra Dilma trouxe uma expectativa de mudança aos investidores, o que poderia contribuir para o resgate da confiança de empresários e consumidores, segundo analistas de mercado.
"Uma [eventual] saída de Dilma é vista como positiva e representa mudanças. Entretanto, temos de lembrar que o processo é longo e incerto, fragiliza ainda mais o já combalido governo do PT e coloca o país mais perto de perder o seu segundo grau de investimento", disse João Paulo de Gracia Correa, operador da corretora SLW, à agência de notícias Reuters.
O processo ainda deve tramitar por diversas etapas antes de resultar em uma votação final que decida o futuro da presidente.
Outras notícias que ajudaram a manter o dólar em queda foram a aprovação, pelo Congresso Nacional, da alteração da meta fiscal para este ano, na véspera, e a afirmação do Banco Central de que tomará as "medidas necessárias" para controlar a inflação, independentemente das demais políticas.
Atuações do BC e do Tesouro
O Banco Central e o Tesouro Nacional atuaram no mercado, o que também colaborou para a baixa do dólar no dia.
O Tesouro vendeu nesta tarde as ofertas totais de até 7 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN) e de até 2 milhões de Letras Financeiras do Tesouro (LFT).
As ofertas de LTN para abril de 2016 e julho de 2017 vieram com as taxas abaixo do esperado pelo consenso do mercado. O papel para outubro de 2017 veio com a taxa máxima dentro do esperado, entre 15,885% e 15,865%, segundo o operador de renda fixa de uma corretora nacional.
O Banco Central fez nesta tarde leilão de venda de até US$ 500 milhões com compromisso de recompra. Segundo o BC, a operação não tem como objetivo rolar contratos já existentes.
Pela manhã, o BC também deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em janeiro. Ao todo, o BC já rolou o correspondente a US$ 1,645 bilhões, ou cerca de 15% do lote total, equivalente a US$ 10,694 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
Europa amplia estímulos; EUA indicam alta de juros
No exterior, o Banco Central Europeu (BCE) estendeu seu programa de estímulos à economia até março de 2017. O BCE também cortou sua taxa de depósito para -0,3%, no esforço mais recente para reanimar os empréstimos e a inflação na zona do euro.
Nos EUA, a presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Janet Yellen, abriu a audiência no comitê do Congresso sobre a economia dos Estados Unidos com uma avaliação otimista sobre o país, dando indícios de que a alta de juros pode acontecer ainda neste mês.
(Com Reuters)
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