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Dólar vira e fecha em baixa, a R$ 3,737, com Lula ministro e rumor sobre BC

Do UOL, em São Paulo

16/03/2016 17h08Atualizada em 16/03/2016 17h58

Após chegar a subir quase 2% pela manhã, o dólar comercial mudou de sentido no final da tarde e fechou esta quarta-feira (16) em queda de 0,63%, a R$ 3,739 na venda, após duas altas seguidas.

O dia foi marcado pelo noticiário político, com a chegada de Lula ao governo e uma possível troca de comando no Banco Central (leia mais abaixo).

Na véspera, o dólar havia avançado 3,03%, maior alta percentual diária desde 13 de outubro de 2015.

Analistas consultados pelo UOL afirmam que não há como saber qual a tendência do dólar, se de queda ou de alta, já que isso depende no momento da política. Para quem precisa da moeda, a recomendação é comprar um pouco em cada dia, para tentar fazer um preço médio. 

Lula na Casa Civil e possível troca no BC

No final da manhã, foi divulgada a notícia de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceitou assumir o Ministério da Casa Civil. Com a chegada de Lula, investidores temem que o governo possa promover fortes mudanças na política econômica.

Somaram-se a isso rumores de que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, pode deixar o cargo e especulações sobre quem seria o eventual substituto. O nome do ex-presidente do BC Henrique Meirelles, que o mercado vê como mais positivo, voltou a ser bastante comentado.

A coluna Radar da revista “Veja” chegou a publicar nota afirmando que Lula fez o convite a Meirelles. Em discurso à tarde, Dilma negou a troca de comando no BC.

"O mercado está muito volátil e guiado pelo noticiário. Não descartamos mudanças súbitas de direção [do câmbio] no caso de novos acontecimentos, algo que não é difícil de encontrar no Brasil hoje em dia", escreveram estrategistas do banco BNP Paribas em nota a clientes.

"A grande questão é se o Lula vai fazer uma guinada à esquerda como teme o mercado. Acho que, nesse sentido, o rumor sobre o convite de Henrique Meirelles para compor a equipe econômica ajuda a tranquilizar o mercado, mas tendo a achar que a possibilidade de ele ser tornar o novo presidente do BC é baixa", disse o estrategista da Nomura Securities, João Pedro Ribeiro, ao jornal "Valor Econômico".

Juros nos EUA

No cenário externo, o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) decidiu manter inalterada a taxa de juros entre 0,25% e 0,50%. A decisão já era esperada por analistas do mercado.

O Fed sinalizou, ainda, com a possibilidade de dois aumentos até o final de 2016  ao invés das quatro previstas anteriormente. 

Alta de juros nos EUA pode levar à saída de dólares de países considerados menos seguros, como o Brasil.

(Com Reuters)