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Dólar fecha em alta de 1,86%, no segundo avanço seguido, e volta a R$ 3,68

Do UOL, em São Paulo

05/04/2016 17h10Atualizada em 05/04/2016 17h11

dólar comercial fechou esta terça-feira (5) em alta de 1,86%, cotado a R$ 3,681 na venda, no segundo avanço seguido.

É o maior valor de fechamento desde 24 de março, quando o dólar também havia fechado a R$ 3,681.

Na véspera, o dólar havia subido 1,43%. A moeda ainda acumula desvalorização de 6,76% no ano.

Crise política

Investidores continuavam de olho no cenário político brasileiro. 

Após semanas de euforia com a perspectiva de troca no governo –algo que muitos operadores avaliam como o primeiro passo para a retomada da confiança–, parte do mercado passou a adotar estratégias mais cautelosas nos últimos dias em meio à crescente incerteza em relação ao processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

Na véspera, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, pediu que o processo de impeachment seja considerado nulo por ferir a Constituição, em pronunciamento na comissão do impeachment da Câmara dos Deputados.

Ainda ontem, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki rejeitou duas ações que pediam a suspensão da nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil. Operadores entendem que Lula pode ter mais facilidade para angariar apoio no Congresso Nacional para reduzir as chances de impeachment.

Hoje, outro membro do STF, o ministro Marco Aurélio Mello, decidiu que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, deve dar seguimento ao pedido de abertura de impeachment contra o vice-presidente da República, Michel Temer. O vice seria o primeiro na linha sucessória de Dilma em caso de impedimento.

Atuação do BC

O Banco Central voltou a atuar no mercado de câmbio. Nesta sessão, o BC leiloou todos os 5.960 contratos de swap cambial reverso (equivalente à compra futura de dólares) ofertados.

O BC também vendeu nesta sessão a oferta total de 5.500 contratos de swap tradicional (o oposto dos swaps reversos, funcionando como venda futura de dólares) com vencimento para o mês que vem.

Petróleo e juros nos EUA

Também influenciou a alta do dólar nesta sessão a queda nos preços do petróleo no mercado internacional.

Além disso, investidores também especulavam sobre os juros nos Estados Unidos, após autoridades do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) sinalizarem que os juros podem subir em breve.

Juros maiores nos EUA poderiam atrair para lá recursos atualmente aplicados em economias emergentes, como o Brasil.