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Dólar sobe pelo 2º dia e fecha a R$ 3,57, à espera de medidas do governo

Do UOL, em São Paulo

19/05/2016 17h04Atualizada em 19/05/2016 17h04

dólar comercial fechou esta quinta-feira (19) em alta de 0,21%, cotado a R$ 3,57 na venda. Essa é a segunda alta seguida da moeda norte-americana.

Na véspera, o dólar havia subido 2,05%. Na semana, a moeda acumula alta de 1,32%; no mês, o avanço é de 3,78%. Já no ano, o dólar tem desvalorização acumulada de 9,57%.

Juros nos EUA e petróleo

Após passar de R$ 3,61 no início da tarde, o dólar perdeu força e voltou a operar abaixo de R$ 3,60. A queda nos preços do petróleo foi reduzida, amenizando as expectativas ruins dos investidores.

"Aquele sentimento negativo que predominou em boa parte do dia diminuiu um pouco na parte da tarde. O gatilho foi a melhora do petróleo, que sofreu muito de manhã", disse Glauber Romano, operador da corretora Intercam, à agência de notícias Reuters.

O mercado foi influenciado também por expectativas de aumentos de juros nos Estados Unidos. Ontem (18), o Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, sinalizou a possibilidade de aumentar os juros novamente em junho.

"Há um rescaldo do movimento de ontem, de aposta em alta de juros do Fed", disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold, acrescentando que "predomina a cautela nos mercados externos".

Altas de juros nos EUA podem atrair para lá capitais atualmente aplicados em mercados mais arriscados e que pagam juros mais altos, como o Brasil. Com menos dólares por aqui, a tendência é a moeda ficar mais cara.

Sem atuação do BC

O Banco Central brasileiro não anunciou qualquer intervenção cambial para esta sessão. Na véspera, o BC havia vendido a oferta total de até 20 mil swaps reversos, que equivalem à compra futura de dólares.

Dólar mais baixo tende a prejudicar a atividade de exportadores ao encarecer produtos brasileiros. Por outro lado, o dólar forte pode pesar sobre a inflação local.

Cenário político

No cenário local, investidores adotavam cautela em meio a preocupações com a situação fiscal do Brasil e enquanto aguardam medidas concretas do novo governo.

"O benefício da dúvida não dura para sempre, e o relógio está correndo", resumiu o superintendente de derivativos da corretora de um banco nacional.

O ministro do Planejamento, Romero Jucá, afirmou que o governo anunciará a nova previsão de deficit primário deste ano na segunda-feira (23), e que está sendo estudado como incluir os reflexos da renegociação da dívida dos Estados e eventuais perdas financeiras com a Eletrobras.

O rombo nas contas públicas pode chegar a R$ 200 bilhões, segundo afirmou à "Folha" o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima.

(Com Reuters)