Dólar emenda 5ª alta seguida e fecha a R$ 3,212, de olho em juros nos EUA
O dólar comercial fechou esta quarta-feira (17) em alta de 0,55%, cotado a R$ 3,212 na venda. Foi o quinto avanço seguido da moeda norte-americana, que havia subido 0,17% na véspera.
O dia foi marcado pela ata do Fed (BC dos EUA) sobre juros e por nova intervenção do BC brasileiro no mercado de câmbio.
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Juros nos EUA
O dólar chegou a subir mais de 1% durante a sessão, mas perdeu força à tarde após a divulgação da ata da última reunião sobre juros do Fed (Federal Reserve, banco Central dos Estados Unidos).
Segundo o documento, alguns membros do Fed esperam que um aumento de juros seja necessário em breve, mas há um consenso geral de que são necessários mais dados antes disso.
"O mercado sente que o Fed está dividido demais e que [a presidente do Fed, Janet] Yellen preferirá ser cautelosa e não elevar os juros antes das eleições", disse à agência de notícias Reuters o economista da 4Cast Pedro Tuesta. As eleições presidenciais norte-americanas serão realizadas em novembro.
A ata contrariou as expectativas de muitos operadores, que haviam comprado dólares pela manhã apostando que o documento iria reforçar o recado de que os juros norte-americanos podem subir neste ano.
Juros mais altos nos EUA podem atrair para lá recursos atualmente aplicados em países onde as taxas são maiores, como o Brasil.
Atuação do BC
No Brasil, o Banco Central manteve o ritmo maior de atuação no mercado de câmbio, que começou na última quinta-feira. Pela manhã, o BC vendeu 15 mil swaps reversos, contratos que equivalem à compra futura de dólares.
Investidores levantavam dúvidas sobre a estratégia de intervenções do BC. "Esses ruídos sobre o BC arranharam um pouco as cotações, deixaram o mercado desconfortável", disse o estrategista de um banco internacional à Reuters.
Declarações do presidente interino, Michel Temer, demonstrando preocupação com a queda da moeda norte-americana levaram alguns investidores a apostar que o governo quisesse evitar impactos sobre a atividade do dólar fraco.
Dólar barato demais pode atrapalhar a recuperação econômica ao prejudicar as exportações e impulsionar as importações. Por outro lado, o dólar alto ajuda a acelerar a inflação.
(Com Reuters)
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