Ação da Vale sobe 9%; Bolsa fecha em alta de 1,4%, a maior em uma semana
As ações da mineradora Vale (VALE3) fecharam em alta de 9,03%, a R$ 46,60, liderando os ganhos da Bolsa nesta quarta-feira (30).
O resultado da empresa ajudou a puxar o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, que fechou o dia em alta de 1,42%, a 96.996,21, a pontos. Foi a segunda valorização seguida da Bolsa e a maior alta percentual diária em uma semana, desde 23 de janeiro (1,53%). Na véspera, o índice subiu 0,2%, a 95.639,33 pontos.
Vale emenda segunda alta
Os papéis da Vale perderam 24,52% na segunda-feira (28), na primeira sessão após o rompimento de uma barragem de rejeitos da companhia em Brumadinho (MG). Na terça-feira (29), voltaram a subir (0,85%) e, nesta quarta, emendaram o segundo resultado positivo.
O desempenho da mineradora foi afetado por medidas anunciadas pela companhia na véspera. A Vale divulgou um plano de ação que inclui gastos de R$ 5 bilhões e corte de 10% na previsão da produção anual de ferro.
O anúncio ajuda a reduzir incertezas em relação ao impacto na produção de curto e de médio prazo, embora as dúvidas sobre potenciais processos judiciais permaneçam, afirmou o analista Karel Luketic, da XP Investimentos.
"A queda de aproximadamente 24% nos últimos dois dias, com perda de quase R$ 70 bilhões em valor de mercado [da Vale], parece já refletir parte relevante dos riscos", calcula o analista em relatório para investidores.
Bradespar ganha 8%
A Bradespar, que possui participação acionária na Vale, foi a segunda empresa com melhor desempenho na sessão desta quarta. Os papéis da caompanhia ganharam 7,89%, a R$ 28,72.
Dólar fecha quase estável
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou quase estável, com leve alta de 0,06%, a R$ 3,725 na venda. Na véspera, a moeda caiu 1,14%, a R$ 3,723.
Mercado de minério de ferro
Após a Vale anunciar cortes na produção, os contratos futuros do minério de ferro na China subiram para o maior nível em quase 17 meses nesta quarta.
O desastre de Brumadinho gerou incertezas para o mercado de minério chinês, maior importador global da matéria-prima, segundo operadores. A Vale é a principal fornecedora mundial de minério de ferro de baixo teor de alumínio, preferido pelas usinas siderúrgicas chinesas devido a seu baixo nível de impurezas.
O rompimento da barragem no Córrego do Feijão é o segundo incidente em uma mina da Vale em pouco mais de três anos. Em 2015, uma barragem de rejeitos em uma mina da Samarco se rompeu e causou o maior desastre ambiental da história da mineração no país. A Vale é uma das donas da Samarco, junto com a australiana BHP Billiton.
(Com Reuters)
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