Bolsa cai após duas altas e recorde; dólar fecha quase estável, a R$ 3,789
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em queda de 0,41%, a 99.588,37 pontos, após subir por dois dias seguidos e bater recorde. Durante a maior parte da sessão de hoje, a Bolsa operou em alta, acima dos 100 mil pontos, mas perdeu força no final da tarde e terminou com desvalorização.
O dólar comercial fechou praticamente estável, com leve baixa de 0,06%, cotado a R$ 3,789 na venda. É o menor valor de fechamento desde 1º de março (R$ 3,78).
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, se refere ao dólar comercial. Para turistas, o valor sempre é maior.
Bancos caem
O desempenho da Bolsa foi puxado pelo resultado negativo dos bancos. Itaú Unibanco (-2,33%), Bradesco (-2,15%) e Banco do Brasil (-2,14%) tiveram fortes quedas.
Por outro lado, os papéis da Vale (2,85%) e da Petrobras (1,6%) fecharam em alta. Essas empresas têm grande peso sobre o Ibovespa.
Mercado espera reforma da aposentadoria de militares
O mercado acompanhava as notícias sobre a tramitação da reforma da Previdência no Congresso e o envio da proposta sobre a aposentadoria dos militares. Parlamentares já disseram que só votarão o projeto de reforma geral quando o governo enviar o texto alterando as regras para as Forças Armadas.
Ontem, o secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, reafirmou que o governo vai apresentar a reforma previdenciária dos militares ao Congresso amanhã, e acrescentou que o projeto prevê uma reestruturação na carreira dos servidores.
Também na véspera, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo está correndo para finalizar o projeto para que ele seja enviado dentro do prazo previsto. O ministro está acompanhando o presidente Jair Bolsonaro em visita oficial a Washington (EUA).
Brasil e EUA decidem juros
O mercado também aguardava a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, que definirá a nova taxa básica de juros (Selic) amanhã. Será a primeira decisão do BC sob o comando do seu novo presidente, Roberto Campos Neto.
O Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) também vai decidir a taxa de juros no país.
"Tanto cá como lá se espera a manutenção da taxa de juros, mas o que realmente estará sob observação será a postura adotada pelas instituições mais adiante", afirmou o operador de câmbio da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.
Atuação do BC
O Banco Central vendeu todos os 14,5 mil contratos de swap cambial tradicional --operação equivalente à venda de dólar no mercado futuro-- ofertados em leilão. Em dez leilões, o BC já rolou um total de US$ 7,250 bilhões. O estoque total a vencer em abril é de US$ 12,321 bilhões.
(Com Reuters)
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