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Bolsa volta a operar em queda; dólar sobe, vendido a R$ 4,475

Getty Images/iStock
Imagem: Getty Images/iStock

Do UOL, em São Paulo

27/02/2020 09h30Atualizada em 27/02/2020 18h06

Após desabar 7% na véspera, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, oscila durante o dia de hoje. Por volta das 15h59, o índice caía 0,23%, a 105.475,67 pontos, depois de operar em baixa durante toda a manhã e em alta no início da tarde.

No mesmo horário, o dólar comercial tinha alta de 0,70%, a R$ 4,475 na venda — ontem, a moeda subiu 1,16%, a R$ 4,444 na venda. Mais cedo hoje, às 11h50, a cotação chegou a passar de R$ 4,50, antes de recuar.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Temor com coronavírus

A preocupação com o coronavírus vem afetando Bolsas de Valores e a cotação das moedas pelo mundo nos últimos dias. Além do Brasil, foram confirmados os primeiros casos em países como Grécia e Noruega, além de um aumento no número de infectados ao redor do globo.

"O impacto do coronavírus continua sendo uma incógnita e uma ameaça para a economia mundial", afirmou em nota Jefferson Rugik, da Correparti Corretora, citando movimentos de proteção.

Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria, disse que o movimento de hoje dos mercados é reflexo do "fator externo, um acompanhamento da tendência do exterior; moedas emergentes continuam fragilizadas pela busca de refúgio em ativos mais seguros".

BC atua no mercado de câmbio

Em uma tentativa de conter a alta do dólar, o Banco Central fez hoje um leilão extraordinário de até 20 mil swaps tradicionais (US$ 1 bilhão) com vencimento em agosto, outubro e dezembro de 2020. O BC vendeu ainda todos os 13 mil contratos de swap cambial em operação de rolagem.

Segundo o economista Silvio Campos Neto, "o mercado já estava contando com esse leilão, então não foi novidade", o que limitava a capacidade da atuação do BC de frear o dólar.

Recorde do dólar não considera inflação

O recorde do dólar alcançado nos últimos dias considera o valor nominal, ou seja, sem descontar os efeitos da inflação, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

Levando em conta a inflação nos EUA e no Brasil, o pico do dólar pós-Plano Real aconteceu no fim do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 22 de outubro de 2002. O valor nominal na época foi de R$ 3,952, mas o valor atualizado ultrapassaria os R$ 7.

Fazer esta correção é importante porque, ao longo do tempo, a inflação altera o poder de compra das moedas. O que se podia comprar com US$ 1 ou R$ 1 em 2002 não é o mesmo que se pode comprar hoje com os mesmos valores.

*Com Reuters

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