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Dólar opera em alta pelo 12º dia e chega a passar de R$ 4,66; Bolsa cai 3%

Getty Images
Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

05/03/2020 09h25Atualizada em 05/03/2020 17h23

O dólar comercial operava em alta hoje pela 12ª sessão consecutiva, chegando a passar de R$ 4,66 pela primeira vez na história. Por volta das 15h15, a moeda norte-americana avançava 1,16%, a R$ 4,634 na venda, após o BC intervir no mercado de câmbio para tentar conter a alta. No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, tinha queda de 3,33%, a 103.649,13 pontos.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Atuação do BC

Na tentativa de conter a alta do dólar, o Banco Central vendeu a oferta total de 20 mil contratos em leilão de swap cambial tradicional com vencimento em agosto, outubro e dezembro de 2020, no valor de US$ 1 bilhão.

O BC já havia feito ontem outro leilão em que vendeu 20 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimentos semelhantes.

Expectativa com corte de juros

Investidores seguiam cautelosos diante da possibilidade de novo corte na taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central devido aos riscos econômicos do novo coronavírus.

Na noite de terça-feira (3), o BC afirmou que monitora atentamente os impactos do coronavírus nas condições financeiras e na economia brasileira, deixando em aberto a possibilidade de uma nova redução na Selic. Também na terça, os Estados Unidos promoverem um corte emergencial em sua taxa de juros.

O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC se reúne em 17 e 18 de março para decidir sobre a taxa de juros, que está em patamar mínimo recorde de 4,25% ao ano.

Mercado acompanha Bolsonaro e Guedes em SP

Investidores estão atentos à participação do presidente Bolsonaro e do ministro Paulo Guedes em reunião com empresários pela manhã na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Há expectativa também sobre manifestações do secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, em evento sobre pacto federativo com secretários dos estados em Brasília.

Na véspera, Bolsonaro disse esperar que a economia brasileira tenha um desempenho melhor neste ano do que em 2019, apesar dos problemas acarretados pelo surto do coronavírus. O ministro Paulo Guedes apostou que a economia brasileira vai crescer acima de 2% este ano se as reformas avançarem.

Recorde do dólar não considera inflação

O recorde do dólar alcançado hoje considera o valor nominal, ou seja, sem descontar os efeitos da inflação, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

Levando em conta a inflação nos EUA e no Brasil, o pico do dólar pós-Plano Real aconteceu no fim do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 22 de outubro de 2002. O valor nominal na época foi de R$ 3,952, mas o valor atualizado ultrapassaria os R$ 7.

Fazer esta correção é importante porque, ao longo do tempo, a inflação altera o poder de compra das moedas. O que se podia comprar com US$ 1 ou R$ 1 em 2002 não é o mesmo que se pode comprar hoje com os mesmos valores.

*Com Reuters

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