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Dólar emenda 2ª queda, mas ainda fecha acima de R$ 5; na semana, salta 4,5%

Dado Ruvic
Imagem: Dado Ruvic

Do UOL, em São Paulo

20/03/2020 17h03Atualizada em 20/03/2020 19h27

O dólar comercial emendou a segunda baixa seguida e fechou o dia em queda de 1,50%, cotado a R$ 5,027, em dia com atuação do Banco Central no mercado de câmbio. Ontem, o dólar fechou em baixa de 1,83%, a R$ 5,104 na venda, na maior queda percentual diária em 17 meses. Apesar da queda no dia, na semana o dólar saltou 4,46%, maior valorização desde a semana encerrada em 24 de agosto de 2018 (+4,85%). Em março, a alta chega a 12,19% e no ano, a 25,28%.

A queda do dólar acontece em meio a medidas globais de estímulo econômico em resposta ao coronavírus e à percepção de um Banco Central mais ativo no mercado de câmbio. A equipe da Guide Investimentos classificou a melhora nos mercados como "uma espécie de otimismo cauteloso", amparada na ação conjunta de governos e bancos centrais.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Medidas de estímulo pelo mundo

Em todo o mundo, as autoridades corriam para fornecer apoio aos mercados, que nas últimas semanas foram assolados por uma onda de aversão a risco pelos temores de impacto econômico do coronavírus.

A Comissão Europeia disse nesta sexta-feira que está estudando a flexibilização das regras da dívida para os estados-membros e a emissão de títulos comuns. O Senado dos EUA debate um pacote de mais de US$ 1 trilhão, que incluiria ajuda financeira direta para os norte-americanos. Ao mesmo tempo, fontes disseram que a China deve liberar trilhões de yuans em estímulo fiscal.

Ainda nesta sexta-feira, o Federal Reserve (banco central dos EUA) disse que vai continuar a oferecer US$ 1 trilhão por dia em operações de recompra 'overnight' pelo resto do mês, numa tentativa de tentar amenizar a volatilidade e manter a normalidade nos mercados.

"Hoje, os mercados internacionais exibem certo otimismo em relação às medidas que estão sendo adotadas pelos governos no âmbito global", disse em nota Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora.

Atuação do BC no mercado

No cenário doméstico, neste pregão, o BC acolheu, entre 10h e 14h, propostas para operações compromissadas em moeda estrangeira, modalidade de operação anunciada antes pela autoridade monetária com o objetivo de garantir o bom funcionamento dos mercados.

"Registre-se que a última vez que a autoridade monetária realizou esse tipo de operação foi em 2008 quando da crise do subprime nos Estados Unidos", comentou Gomes da Silva. "Na prática, essas operações equivalem a 'repos', que também têm sido amplamente implementadas por outros bancos centrais, como consequência da crise."

Medidas do governo brasileiro

Ontem, o Ministério da Economia anunciou novo auxílio à população afetada por redução de jornada de trabalho e renda. Quem ganha até dois salários mínimos (R$ 2.090) e tiver o salário reduzido receberá mensalmente 25% do seguro-desemprego. O benefício irá variar entre R$ 261,25 e R$ 381,22.

A medida é vista por empresários como uma boa iniciativa para evitar demissões e falências. O governo também anunciou antecipação do BPC (Benefício de Prestação Continuada) para pessoas com deficiência na fila do INSS.

De acordo com o presidente Jair Bolsonaro, o governo está tomando todas as medidas cabíveis em relação à pandemia de coronavírus e espera que em sete ou oito meses o Brasil possa voltar à normalidade.

Apesar dos esforços, as previsões para a economia brasileira ficam cada dia mais pessimistas. Estima-se que o PIB pode não crescer em 2020, e analistas avaliam que o risco de recessão global é real. O governo praticamente zerou sua projeção de crescimento para este ano, ao divulgar que espera um PIB de 0,02%.

* Com Reuters

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