Bolsa tem queda de 0,45%, mas fecha semana no azul; dólar também cai
Após a forte alta registrada ontem, o Ibovespa fechou o dia em queda de 0,45%, aos 97.483,31 pontos. Mesmo com a baixa de hoje, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira termina a semana em alta de 3,69% — o primeiro saldo positivo desde 28 de agosto, quando acumulou valorização de 0,61% em cinco dias.
Já o dólar comercial encerrou a sessão em queda de 1,13%, cotado a R$ 5,525 na venda. Diferentemente da Bolsa, a moeda norte-americana fechou a semana em baixa, acumulando recuo de 2,49% desde segunda-feira (5).
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Contas públicas preocupam
O final de semana prolongado, a agenda doméstica fraca e o problema fiscal ainda no radar contribuíram para o desempenho do Ibovespa no dia, segundo disseram analistas da Terra Investimentos à Reuters.
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reiterou que o auxílio emergencial não será pago para sempre e que, apesar do valor baixo para os beneficiários, custa caro para a União. Ele também ressaltou que outras medidas tomadas pelo governo farão com que o país volte à normalidade.
As preocupações com as contas públicas também foram tema de declarações feitas ontem pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O parlamentar voltou a defender a regulamentação do teto de gastos, argumentando que, sem enfrentar o problema, o país "caminha para o precipício".
Eleições nos EUA no radar
A desvalorização do dólar frente ao real, por sua vez, foi puxada pelas apostas dos investidores na vitória de Joe Biden na eleição presidencial nos Estados Unidos, marcada para 3 de novembro. O mercado vê chances de o democrata oferecer um pacote mais robusto de estímulos à economia.
Apesar do otimismo, a presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, não conseguiram alcançar um acordo sobre um pacote de alívio à covid-19. De acordo com o assessor de Pelosi, Drew Hamill, as negociações vão continuar.
Os republicanos do Senado questionam a possibilidade de um acordo ser fechado antes da eleição. O presidente Donald Trump, que inicialmente havia se retirado das negociações, disse que estava aberto a um acordo maior.
"Parece que, pelo menos na Casa Branca, há mais um senso de urgência do que isso precisa ser feito", disse Bipan Rai, chefe norte-americano de estratégia de câmbio da CIBC Capital Markets. No entanto, "a questão-chave para nós é se os republicanos do Senado concordarão ou não... Eles não parecem estar unidos".
(Com Reuters)
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