Bolsa emenda 2ª queda e chega ao menor nível desde maio; dólar também cai
Com um ambiente exterior desfavorável, o Ibovespa emendou hoje sua segunda queda consecutiva, esta de 1,07%, e fechou o dia aos 117.903,81 pontos — menor patamar em mais de quatro meses, desde 4 de maio (117.712 pontos). Ontem, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) já havia caído 1,66%.
O dólar também registrou queda na sessão — de 0,20% —, encerrando a terça-feira (17) cotado a R$ 5,270 na venda. Os números de hoje, porém, não foram suficientes para compensar os ganhos da véspera, quando a moeda americana fechou em alta de 0,68%.
Em agosto, o Ibovespa já acumula perdas de 3,20%, desempenho que acabou revertendo a trajetória positiva do ano até então. Agora, o indicador registra queda de 0,94% em 2021, enquanto o dólar subiu 1,57%.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Variante delta
Contribuiu para a nova queda do Ibovespa o receio em torno dos impactos da variante delta do coronavírus, que já cobra um preço alto em algumas regiões da Ásia, de acordo com a Guide Investimentos. Investidores temem que a disseminação da cepa possa levar a novas restrições ao comércio e à circulação de pessoas, o que prejudicaria a retomada econômica.
Dados divulgados hoje nos Estados Unidos ajudaram a intensificar esse receio: as vendas no varejo caíram 1,1% em julho, segundo informou o Departamento do Comércio, com a escassez pesando sobre as compras de veículos e outros bens. Economistas consultados pela Reuters esperavam uma queda de 0,3%.
Parte da diminuição nas vendas do varejo reflete a mudança dos gastos de bens para serviços como viagens e entretenimento, com mais de 50% da população americana totalmente imunizada contra a covid-19. No entanto, o aumento nas infecções causado pela variante delta pode desacelerar esse "boom".
Cenário fiscal
A piora do ambiente externo dificulta a recuperação do mercado doméstico, onde os negócios também são afetados pela manutenção de incertezas na política. O persistente risco fiscal no Brasil segue preocupando o mercado e tem ajudado a manter o dólar em patamares elevados nas últimas semanas.
A proposta de parcelamento do pagamento de precatórios, encaminhada pelo governo ao Congresso, por exemplo, levantou dúvidas sobre a capacidade da União de honrar suas obrigações e respeitar o teto de gastos.
Além disso, a tensão política entre Executivo e Judiciário, em meio aos reiterados ataques do presidente Jair Bolsonaro a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), atrapalha o avanço de reformas no Legislativo, explicou à Reuters Alexandre Almeida, da CM Capital.
"Tudo isso traz volatilidade para o mercado", afirmou.
(Com Reuters)
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