Ações do Facebook em Bolsa dos EUA despencam quase 5%
As ações do Facebook na Bolsa eletrônica de Nova York, a Nasdaq, segundo maior mercado de ações do mundo, registraram forte queda de quase 5% hoje, em dia marcado pela instabilidade generalizada registrada nos aplicativos da rede social em todo o mundo e por repercussões às revelações feitas pelo jornal Wall Street Journal sobre a empresa.
A companhia encerrou o dia em baixa de 4,89%, com ações vendidas a US$ 326,23. Outras empresas de tecnologia, como Apple, Amazon e Microsoft, também caíram, mas menos que o Facebook. O índice Nasdaq (Nasdaq Composite) — equivalente ao Ibovespa brasileiro — recuou 2,14% na sessão.
O pregão de hoje também foi afetado pelo pessimismo nos mercados internacionais, diante de temores de crise no setor imobiliário chinês, de desaceleração do crescimento global e alta da inflação.
O Facebook, bem como outras gigantes de tecnologia, não está listado diretamente na Bolsa brasileira (B3), mas é possível investir em seus BDRs — recibos que replicam as ações de empresas estrangeiras negociadas em bolsas internacionais. Na prática, é como se o investidor tivesse ações da empresa, mas esses papéis estão sujeitos, além da variação normal do mercado, também às variações do dólar.
Aqui no Brasil, os BDRs do Facebook fecharam a segunda-feira (4) em queda de 3,96%, vendidos a R$ 63,85.
Queda global nos aplicativos
Os aplicativos do WhatsApp e do Instagram, que pertencem ao conglomerado do Facebook, também não estão funcionando. Por meio de sua conta oficial no Twitter, a empresa confirmou a queda global.
"Estamos cientes de que algumas pessoas estão tendo problemas para acessar nossos aplicativos e produtos. Estamos trabalhando para voltar ao normal o mais rápido possível e pedimos desculpas por qualquer inconveniente", escreveu.
Pouco depois, o próprio Twitter ironizou o problema das redes concorrentes. "Olá a todos, literalmente", publicou.
O blecaute atinge tanto os aplicativos para Android e iOS quanto os sites acessíveis pelo celular e no computador. Quem tenta abrir o WhatsApp Web, o Facebook ou o Instagram pelo navegador encontra uma tela de página fora do ar.
Há sinais de que a falha geral está afetando também outros aplicativos que dependem do login do Facebook, como o jogo "Pokémon Go" — a desenvolvedora Niantic diz que está investigando o caso.
Até a plataforma de realidade virtual Oculus, que pertence ao Facebook, está com problemas. Quem usa um dos visores da marca para jogar relata problemas para carregar games.
Ex-funcionária expõe Facebook
A instabilidade acontece um dia depois de uma ex-funcionária do Facebook (foto acima) revelar sua identidade ao programa "60 Minutes", da emissora americana CBS News, após vazar documentos alegando que a empresa sabia que suas plataformas estavam alimentando o ódio e prejudicando a saúde mental de crianças e adolescentes.
À CBS, Frances Haugen, uma especialista em dados de 37 anos, trabalhou para empresas como Google e Pinterest, mas disse que o Facebook é "substancialmente pior" do que tudo o que já viu antes.
Eu vi repetidamente conflitos de interesses entre aquilo que era bom para o público e o que era bom para o Facebook. E, todas as vezes, o Facebook escolheu só o que era melhor para ele e para seus lucros.
Frances Haugen, ex-funcionária
Foi a partir dos documentos divulgados por ela que o The Wall Street Journal publicou uma série de reportagens em meados de setembro indicando que o Facebook sabia que o Instagram é "tóxico" para adolescentes — especialmente meninas e sua relação com seus próprios corpos — e que protegia famosos das regras de conteúdo.
Além disso, ainda segundo informações reveladas por Haugen, a resposta do Facebook às preocupações de funcionários quanto ao uso da rede para tráfico de pessoas foi muitas vezes "fraca".
Temores sobre economia mundial
Segundo profissionais do mercado, a Evergrande voltava ao radar dos investidores, uma vez que a gigante imobiliária chinesa tem um vencimento de dívida de US$ 260 milhões nesta segunda-feira, e um calote poderia gerar uma reação em cadeia nos setores imobiliário e financeiro, local e global.
Além disso, seguiam receios dos efeitos da escalada de preços de energia no mundo todo e seus impactos sobre a inflação e sobre a economia, que ainda tenta se levantar dos efeitos da pandemia da covid-19.
(Com AFP, ANSA e Reuters)
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