Dólar cai a R$ 5,555, e Bolsa fica quase estável antes de BC definir juros
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, se manteve quase estável, com leve queda de 0,05% nesta quarta-feira (27), fechando a 106.363,10 pontos. O dólar perdeu 0,33%, a R$ 5,555 na venda, antes da divulgação da nova taxa básica de juros, a Selic. O dia foi de forte expectativa pela decisão do Banco Central, anunciada após o fechamento dos mercados, à medida que a percepção de deterioração inflacionária e fiscal no Brasil aumenta a pressão por juros mais altos.
A variação da Bolsa é diferente da informada no gráfico do UOL porque o gráfico enfrenta problemas técnicos. O dado correto, de quase estabilidade, com leve queda de 0,05%, é informado pela própria B3.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Após o fechamento, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC decidiu subir a taxa básica de juros de 6,25% para 7,75% ao ano, maior patamar desde setembro de 2017.
Selic
A Bolsa tende a responder negativamente à perspectiva de juros mais altos no horizonte, entre outras razões, pelo efeito no custo de capital das empresas, além de potencial migração de recursos de renda variável para renda fixa.
Desde a semana passada, vários bancos revisaram suas projeções para esta decisão do Copom, com muitos economistas estimando alta de 1,5 ponto percentual, o que de fato aconteceu, e enxergando uma taxa de dois dígitos no final do ciclo de alta.
Recentes escaladas nas expectativas para os juros básicos têm sido citadas por investidores como possível fator de suporte para a moeda brasileira, uma vez que o maior retorno oferecido no mercado de renda fixa doméstico poderia elevar o ingresso de recursos estrangeiros no país. Ainda assim, muitos ressaltam que as apostas para a taxa Selic refletem grandes riscos inflacionários e fiscais.
"É fundamental que o Banco Central mostre aos investidores que o regime de metas para a inflação continua efetivo. Neste contexto, o ideal seria um choque de juros suficientemente forte para compensar os choques que estão ocorrendo nos preços dos ativos", disseram estrategistas da Genial Investimentos em nota antes do fechamento, apontando essa necessidade como consequência da deterioração da credibilidade fiscal do Brasil após planos do governo de desrespeitar o teto de gastos.
"Afinal, se o governo está disposto a aprovar uma PEC que desloca o teto para cima com o objetivo de financiar um aumento de gastos, porque não irá fazer isto novamente no futuro? Em outras palavras, para que serve o teto?".
A PEC dos Precatórios — medida prioritária para o governo, já que foi alterada para abrir espaço fiscal no teto de gastos de mais de R$ 80 bilhões — provavelmente será votada ainda hoje.
Os investidores digeriram ainda dados desta manhã sobre a inflação ao produtor e a taxa de desemprego do país.
*Com Reuters
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