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Dólar sobe 3,67% em outubro, a R$ 5,646; Bolsa despenca pelo 4º mês seguido

Outubro já é o quarto mês consecutivo de perdas para o Ibovespa, que despencou mais de 13% em 2021 - Kevin David/A7 Press/Estadão Conteúdo
Outubro já é o quarto mês consecutivo de perdas para o Ibovespa, que despencou mais de 13% em 2021 Imagem: Kevin David/A7 Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

29/10/2021 17h21Atualizada em 01/11/2021 17h07

O dólar emendou hoje sua segunda alta consecutiva, esta de 0,37%, e terminou a sexta-feira (29) cotado a R$ 5,646 na venda. Com o resultado, a moeda americana encerra outubro com ganho acumulado de 3,67% frente ao real e chega ao segundo mês seguido de saldo positivo, depois de subir 5,30% em setembro.

Já o Ibovespa registrou sua quarta baixa consecutiva, terminando o pregão aos 103.500,71 pontos. Somando o tombo de 2,09% de hoje — o segundo maior da semana, perdendo apenas para os -2,11% de terça-feira (26) —, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) encerra o mês em queda acumulada de 6,74%.

Outubro já é o quarto mês consecutivo de perdas para o Ibovespa, que já havia somado baixas de 3,94%, 2,48% e 6,57% em julho, agosto e setembro, respectivamente.

Em 2021, o cenário é semelhante: com os resultados de outubro, o dólar agora acumula alta de 8,82% frente ao real, enquanto o Ibovespa despencou 13,04% desde o início do ano.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Risco fiscal preocupa

As últimas semanas têm sido de preocupação dos mercados quanto ao cenário fiscal no Brasil. O imbróglio em torno da chamada PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos precatórios, com a qual o governo conta para financiar mais gastos sociais, causa receio nos investidores de que o país não conseguirá respeitar o teto de gastos no ano que vem.

A proposta é considerada prioritária para o governo por abrir um espaço no Orçamento de 2022 de R$ 80 bilhões, o que permitira a concessão do Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família. A votação da PEC na Câmara dos Deputados, que deveria ter sido iniciada na quarta-feira (27), foi novamente adiada e deve ficar para semana que vem — o que intensifica as incertezas fiscais.

O relator da PEC, deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), reforçou ontem que a proposta não está "enterrada" e adiantou que líderes da base do governo trabalham para mobilizar suas bancadas, com o objetivo de votá-la na próxima quarta-feira (3). Por se tratar de uma PEC, ela precisa de ao menos 308 votos favoráveis em dois turnos para ser aprovada.

Não acredito que a PEC esteja enterrada. Eu acredito que, na próxima quarta-feira [3], a Casa possa se sensibilizar e votar o nosso relatório.
Hugo Motta, à CNN Brasil

Greve no radar

Paralelamente, o mercado mantém no radar uma possível greve de caminhoneiros, anunciada para a próxima segunda-feira (1º), que pode aumentar ainda mais as instabilidades no país.

Mais cedo, lideranças da categoria criticaram o anúncio do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) sobre o congelamento do valor do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) cobrado sobre os combustíveis, dizendo que a mudança não surtirá efeito. Eles também reforçaram que a greve está mantida.

"A adesão está animadora, bastante grande. Há pessoas que, na última chamada, eram do contra, mas que agora estão parando pela dor. Eles estão vendo que não dá mais para continuar rodando. Está crescendo bastante o movimento", disse Marconi França, líder dos caminhoneiros no Recife.

Isso [congelamento do ICMS] é governo querendo passar mel na boca da categoria. Congela por 90 dias e, depois, eles aumentam o que ficou congelado. Idiota é quem acredita nessas promessas de governo.
Marconi França, líder dos caminhoneiros no Recife

(Com Reuters)