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Dólar sobe 0,29%, a R$ 5,606, e Bolsa tomba 2,09% após PEC dos Precatórios

Do UOL, em São Paulo

04/11/2021 17h22Atualizada em 04/11/2021 18h52

Revertendo as perdas registradas na abertura do mercado, o dólar fechou a quinta-feira (4) em alta de 0,29%, cotado a R$ 5,606 na venda, com investidores repercutindo a aprovação do texto-base da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios na Câmara dos Deputados, em primeiro turno de votação.

Já o Ibovespa, que ontem permaneceu praticamente estável, hoje tombou 2,09%, terminando o dia aos 103.412,09 pontos. É o menor patamar alcançado em quase um ano, desde 12 de novembro de 2020, quando o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) chegou aos 102.507,01 pontos.

Com o desempenho desta sessão, o dólar agora acumula ganhos de 8,04% frente ao real em 2021. Já o Ibovespa registra perdas de 13,11% no período.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

PEC não acalma mercado

A princípio, o avanço da PEC dos Precatórios na Câmara foi recebido por alguns investidores como uma esperança de que não haverá descontrole nas contas públicas, após um mês de outubro marcado pelo medo de abandono do teto de gastos. O problema é que o mercado segue descontente, temendo que uma eventual irresponsabilidade fiscal leve a ações ainda mais agressivas do Banco Central.

Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC decidiu subir os juros básicos da economia (Selic) de 6,25% para 7,75% ao ano, em meio a uma inflação persistentemente alta no país. Mas a ata desta reunião, divulgada ontem, mostrou que o BC chegou a considerar acelerar a alta da Selic para além desse ajuste de 1,5 ponto percentual.

Na avaliação do Credit Suisse, o Brasil "minou a credibilidade de todas as suas regras fiscais" desde que o governo decidiu alterar a dinâmica do teto de gastos para financiar o Auxílio Brasil de R$ 400, que substituirá o Bolsa Família. Essa ajuda mais robusta, segundo propõe o governo, seria paga até o final de 2022, ano em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deverá tentar a reeleição.

Mudar a regra do teto de gastos para temporariamente aumentar os benefícios sociais não apenas reduz a credibilidade do instrumento fiscal, uma vez que em outros momentos de necessidade o governo poderia mudar a regra novamente, mas também aumenta enormemente a probabilidade de a regra ser alterada de novo em 2023, uma vez que será muito difícil para qualquer presidente que seja eleito no ano que vem acabar com o auxílio temporário.
Credit Suisse, em relatório

Os deputados ainda precisam analisar destaques — que podem alterar o texto da proposta — antes que ela seja votada em segundo turno. Em caso de nova aprovação, a PEC dos Precatórios seguirá para o Senado.

(Com Reuters)