Dólar sobe a R$ 5,56, em meio a atos de servidores; Bolsa também tem alta
O dólar comercial chegou hoje à sua segunda alta consecutiva, esta de 0,61%, e fechou a terça-feira (18) vendido a R$ 5,56, em meio a receios no Brasil sobre a paralisação de servidores públicos por reajustes salariais (assista abaixo). Na semana passada, a moeda norte-americana havia emendado quatro dias de queda, acumulando perdas de 2,1% frente ao real.
Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), subiu 0,28% na sessão, alcançando os 106.667,66 pontos. Ontem, o indicador havia registrado queda de 0,52%.
Mesmo com o desempenho de hoje, o dólar ainda mantém a queda em relação a dezembro, somando perdas de 0,28% nos primeiros dias de 2022. Já o Ibovespa acumula alta de 1,76%, depois de despencar quase 12% em 2021.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Protestos por reajuste
Com o prazo para sanção do Orçamento de 2022 perto do fim, cerca de 50 categorias de servidores públicos federais promoveram hoje paralisações das atividades e manifestações nas ruas de Brasília, como forma de pressionar o governo de Jair Bolsonaro (PL) a liberar reajustes salariais de até 28%.
Os atos se somam ao movimento de carreiras que estão entregando cargos de chefia e limitando a prestação de serviços, como aconteceu na Receita Federal.
"Temos argumentado aqui que esse é o risco fiscal mais importante no curto prazo", disseram especialistas da XP, em nota matinal. "Cada 1 ponto percentual de aumento salarial representa R$ 3 bilhões em despesas obrigatórias adicionais no próximo ano."
O receio dos mercados é de que eventuais reajustes abalem ainda mais a credibilidade fiscal do país, chacoalhada no ano passado pela promulgação da PEC dos Precatórios, que alterou a regra do teto de gastos para permitir o financiamento de mais despesas do governo — como o Auxílio Brasil, programa substituto do Bolsa Família.
EUA também puxam dólar
Enquanto isso, no exterior, contribuiu para o desempenho do dólar a alta nos rendimentos dos Treasuries, os títulos soberanos dos Estados Unidos. A taxa do Treasury de dois anos, que reflete expectativas de curto prazo para os juros básicos nos EUA, superou 1% pela primeira vez desde fevereiro de 2020 na sessão.
Segundo especialistas, essa movimentação reflete um aumento nas apostas de que o Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) será mais duro no combate à inflação ao longo de 2022, com aumento de juros já a partir de março.
Juros mais altos nos EUA aumentam a rentabilidade dos títulos americanos, considerados investimentos muito seguros. Na prática, esse cenário tende a reduzir a atratividade de ativos mais arriscados, como o real e outras moedas de países emergentes, o que leva a uma valorização global do dólar.
(Com Reuters)
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