Dólar fecha em queda, a R$ 4,709, mas acumula alta semanal; Bolsa cai
Após emendar três altas, o dólar comercial fechou esta sexta-feira (8) em queda de 0,68%, cotado a R$ 4,709. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), terminou em baixa de 0,45%, aos 118.322,26 pontos.
No fechamento semanal, a Bolsa encerrou em saldo negativo de 2,67%, depois de três semanas consecutivas em alta. O dólar terminou a semana com alta de 0,89%, após cinco desvalorizações semanais seguidas.
A moeda norte-americana chegou a subir hoje de manhã —cerca de 0,5%, vendida a R$ 4,764— com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de março mais forte do que o esperado e as possíveis implicações disso para a política monetária local.
O índice, que é o principal medidor da inflação no Brasil, subiu 1,62% no mês passado, de acordo com divulgação do IBGE nesta sexta-feira. No acumulado de 12 meses até março, teve alta de 11,30%. Pesquisa da Reuters apontou que a expectativa de analistas era de alta de 1,30% março e de 10,98% em 12 meses.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Perspectiva de continuidade na alta dos juros
Em relatório, estrategistas do Citi disseram que "resumidamente, esta leitura do IPCA mostra claramente uma deterioração das perspectivas de inflação, o que evidentemente está surpreendendo o BC" para cima.
"Hoje a tendência é o real se valorizar pelo IPCA ter vindo bem mais forte do que o esperado", disse à Reuters Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos. "O mercado está vendo que o IPCA não está cedendo, o que pode fazer o Banco Central elevar as taxas de juros um pouco mais", o que é visto como amplamente favorável à moeda brasileira.
Custos de empréstimos mais altos por aqui tornam o real mais atraente para estratégias que buscam lucrar com diferenciais de juros entre economias avançadas e em desenvolvimento. A taxa básica de juros, Selic, está atualmente em 11,75% ao ano, e o Banco Central tem indicado que promoverá ajuste de 1 ponto percentual em sua reunião de maio, o que pode marcar o fim do ciclo de aperto monetário iniciado há mais de um ano, que tirou a taxa de uma mínima histórica de 2%.
Alguns participantes do mercado, no entanto, têm dito desde antes da publicação do IPCA de março que a autarquia pode ser forçada a estender o endurecimento da política monetária para além do encontro do mês que vem, com algumas instituições financeiras prevendo juros na casa de 14% até o fim de 2022.
Cruz disse que, embora o real deva se beneficiar da Selic, —que está entre as maiores taxas nominais de juros do mundo—, a aceleração da alta dos preços é uma preocupação para a economia brasileira. "Eu diria que existe, sim, risco de a inflação permanecer elevada e afastar investimentos do Brasil ao longo deste ano", embora "boa parte do mercado entenda que a inflação está chegando em seu pico e, no segundo semestre deste ano, vai desacelerar".
No fim das contas, ele reconheceu que "o Brasil segue pagando um dos melhores prêmios para o investidor que quer pegar emprestado lá fora e aplicar em país de juro alto.
*Com Reuters
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