Empresas dão tablets e bolsas de estudo a empregados e aumentam lucro
Dar bônus aos funcionários e investir em programas motivacionais com a equipe não são ações exclusivas das grandes empresas. Para reduzir custos, a saída de funcionários e aumentar a lucratividade, pequenas e médias empresas também têm apostado em políticas de recompensa para seus empregados.
Em Santos (72 km a sudeste de São Paulo), o Kokimbos Pizza e Picanha elevou o faturamento e o lucro em 12% após criar um programa de pontos que podem ser trocados por dias de folga, cestas básicas, tablets, TVs e outros prêmios pelos funcionários.
Na capital paulista, a empresa de treinamentos corporativos Jump Education reduziu em mais da metade a rotatividade de funcionários com bônus salarias por metas atingidas, bolsas de estudo e plano de previdência privada.
No restaurante Kokimbos, os funcionários acumulam pontos por chegarem no horário, não faltarem e reduzirem desperdícios de alimentos, de água e de luz, segundo o sócio do negócio Felipe Cidral, 39.
A empresa tem três unidades em Santos e 60 funcionários, no total. Cidral diz que, mensalmente, os empregados conseguem atingir entre 200 e 300 pontos. Ao final do mês, eles podem trocar os pontos por prêmios.
Para conseguir um dia de folga, por exemplo, é preciso juntar 250 pontos, enquanto uma TV de 48 polegadas equivale a 3.000 pontos. “Temos reuniões semanais para informar aos funcionários o quanto falta para as metas serem atingidas. Eles estão mais motivados e engajados no trabalho”, diz o empresário.
Implantada em janeiro de 2014, a política de recompensas também surtiu efeitos sobre o faturamento e o lucro da empresa. A receita média mensal do negócio, que era de R$ 420 mil, passou para R$ 470 mil, alta de 12%. Segundo Cidral, a elevação da lucratividade foi na mesma proporção.
Empresa reduz rotatividade de funcionários em mais da metade
Para reduzir a rotatividade no quadro de funcionários, a Jump Education implantou, em 2010, a política de bônus salariais por desempenho individual e coletivo. Ao final do ano, a bonificação pode chegar a cinco salários integrais, de acordo com o sócio do negócio Marcelo Oliveira, 38.
Além disso, a empresa oferece bolsas de até 100% em cursos que sejam de interesse para o negócio e plano de previdência privada. “Temos uma tabela de contribuições mensais para a previdência privada. O funcionário paga uma metade e a outra fica por conta da empresa”, declara.
Com as medidas adotadas, o índice de funcionários que deixam a empresa, que ficava entre dez e 15 por ano, caiu para cinco, segundo Oliveira. A Jump Education tem 110 empregados e faturou R$ 16 milhões, em 2013, alta de 33,3% em relação ao ano anterior (R$ 12 milhões).
“Desde que adotamos esta política de recompensas, aumentamos o quadro de funcionários e a empresa tem crescido a um taxa de dois dígitos anualmente”, afirma o empresário.
Benefícios devem ser planejados para não prejudicar lucratividade
Programas de recompensa para funcionários como os adotados pela Kokimbos e pela Jump Education também são aplicáveis a micro e pequenas empresas, de acordo com a diretora da Right Management, consultoria em gestão de pessoas, Simone Leon.
No entanto, é preciso planejamento e cálculo para que a bonificação não comprometa o lucro do negócio. “A empresa deve, primeiramente, estabelecer o quanto ela quer faturar. Em cima deste valor, ela determina uma quantia que pode ser revertida em benefícios para os funcionários”, diz Leon.
Para a especialista, as metas precisam ser desafiadoras, porém não podem ser impossíveis. “Quando o funcionário percebe que a meta é inalcançável, ele perde o interesse e ainda critica o patrão”, declara.
Leon afirma, ainda, que premiar os funcionários com produtos ou serviços próprios pode ser mais barato e motivador do que prêmios em dinheiro. “Muitas vezes, o trabalhador não conhece o que a empresa dele oferece. Se ele puder experimentar de graça, é possível que ele se torne cliente e ainda recomende para familiares e amigos.”
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