BBB Amanda é dona de loja de R$ 1,99 em SP; veja negócio
Enquanto a empresária Amanda Djehdian disputa o prêmio de R$ 1,5 milhão do “Big Brother Brasil 15”, sua loja de R$ 1,99, no Jabaquara, zona sul de São Paulo, funciona a todo vapor. Para participar do programa, a sister precisou da ajuda da mãe, Regina Batista, 50, que toca o negócio na ausência da filha.
Apesar de ser conhecida como uma loja de R$ 1,99, a mãe de Amanda diz que são vendidos produtos com preços que variam de R$ 0,50 a R$ 120, como brinquedos. “Nem tudo custa R$ 1,99, mas, ainda assim, é mais barato do que nas grandes lojas.” O movimento neste início do ano aumentou com a venda de materiais escolares e também por causa da fama repentina da dona, que atrai curiosos.
Com uma nota de R$ 2 no bolso, a mãe da BBB afirma que é possível comprar saquinhos com pregos, materiais escolares e até pequenos enfeites para casa. A loja trabalha, principalmente, com artigos de época, como Carnaval, Festa Junina, Halloween e Natal. O faturamento e o lucro não foram divulgados.
Segundo ela, para ter sucesso no ramo, o empresário precisa garimpar os melhores fornecedores. “Como trabalho com produtos populares, uma diferença R$ 0,03 no mesmo produto entre um fornecedor e outro já impacta no meu lucro”, afirma. A maior parte das mercadorias vem da China e é fornecida por importadoras.
Família de BBB já teve três lojas
A mãe da BBB diz que o empreendedorismo está no sangue da família. A loja foi aberta pelo falecido marido há cerca de 20 anos, após ele ter sido demitido de uma indústria de calçados. “Fomos uma das primeiras lojas da região”, diz.
A família chegou a ter três unidades na capital paulista, mas duas foram vendidas, restando apenas o ponto na zona sul, administrado por Amanda. O motivo para o fechamento das outras lojas foi o excesso de trabalho, segundo ela. “Estava ficando muito estressada e eu já não tinha mais finais de semana e feriados para descansar”, declara.
No entanto, ela reconhece que o mercado mudou. Vários negócios como o dela fecharam. Segundo a empresária, grande parte das lojas deixaram de existir porque não souberam se adaptar ao cliente mais exigente. “Não é porque o produto é barato que o consumidor não quer qualidade. Quem visa apenas o lucro quebra."
No auge do negócio, no fim dos anos 1990 e início dos anos 2000, as três lojas somavam 35 funcionários, segundo Regina Batista. Hoje, são 12. Caso a filha vença o “BBB15”, a mãe acredita que parte do prêmio será investido em melhorias na loja. “Com o dinheiro, daria para fazer uma reforma, arrumar a fachada e deixar o espaço mais atraente”, afirma.
Loja popular concorre com sites que vendem da China
A concorrência com sites que vendem produtos direto da China também pode ser um fator de risco para as lojas populares, segundo Adriano Augusto, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo). “Mesmo com a demora na entrega, muitos consumidores têm optado por comprar pela internet”, diz.
Uma pesquisa da E-bit, empresa especializada em informações do comércio eletrônico, mostrou que as compras feitas por brasileiros em sites chineses somaram R$ 3,6 bilhões em 2014, o que representa 55% do total de compras feitas em sites internacionais.
Mercadoria pode ser barrada na alfândega
Como as mercadorias das lojas populares também são trazidas do país asiático, é possível que sejam barradas na alfândega e demore alguns dias para serem liberadas, de acordo com Augusto. “Para um negócio que depende da venda em grande quantidade, ficar sem o produto na prateleira é prejuízo na certa”, declara.
O consultor afirma, ainda, que lojas populares devem estar em locais de grande fluxo de pedestres, como calçadões, galerias e centros comerciais. Além disso, o cliente precisa ter uma boa visão do interior da loja. “As prateleiras têm de estar organizadas para que o consumidor encontre com rapidez o que procura.”
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