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Órfão de pai, dono da Ricardo Eletro vendia mexerica aos 12; veja 5 dicas

Ricardo Nunes, fundador do Ricardo Eletro, durante palestra no Fórum E-commerce - Divulgação
Ricardo Nunes, fundador do Ricardo Eletro, durante palestra no Fórum E-commerce Imagem: Divulgação

Larissa Coldibeli

Do UOL, em São Paulo

06/08/2015 06h00

Ricardo Nunes começou sua trajetória empreendedora aos 12 anos, após a morte do pai, vendendo mexericas na porta de uma faculdade em Divinópolis (MG) para ajudar a família. Já naquela época, desenvolveu a estratégia de enfrentar a concorrência pelo preço e cunhou o bordão “Cubro qualquer oferta”, presente até hoje nas lojas Ricardo Eletro.

Aos 46 anos, ele é dono de uma rede de 1.100 lojas, somadas as que levam o seu nome e as associadas Insinuante, City Lar, Eletro Shopping e Salfer, que compõem o grupo Máquina de Vendas. Com um faturamento de R$ 10 bilhões, o grupo é o terceiro maior do varejo de eletroeletrônicos, atrás da Via Varejo (dona de Casas Bahia e Ponto Frio), e do Magazine Luiza.

Para realizar o sonho de criar um império dos eletrodomésticos, ele teve que enfrentar grandes empresas já estabelecidas. Para isso, diz que precisou de estratégia e sede de conhecimento. Estes e outros pontos foram abordados pelo empresário durante palestra no Fórum E-commerce Brasil 2015, realizado em São Paulo nos dias 28 e 29 de junho.

Veja abaixo cinco dicas do fundador do Ricardo Eletro para montar um negócio de sucesso.

1. Tenha estratégia
Estratégia - Thinkstock - Thinkstock
Imagem: Thinkstock

Aos 18 anos, com uma lojinha de pelúcias em Divinópolis (MG), ele começou a realizar o sonho de vender eletrodomésticos. “Comprava liquidificador por R$ 49,90 e vendia a R$ 19,90. Ninguém conseguia vender por esse preço. Compensava o prejuízo com a venda de ursinhos, que saíam pelo dobro do valor que eu pagava por eles na 25 de Março, em São Paulo”, diz.

Com essa estratégia, ele ficou conhecido pelos preços baixos e passou a aumentar a oferta de eletrodomésticos. Aos poucos, seu negócio também foi crescendo.

2. Encontre uma forma de se diferenciar
Diferencie-se - Shutterstock - Shutterstock
Imagem: Shutterstock

“Em eletrodomésticos, o importante é o preço, porque os produtos são todos iguais. Este foi o nicho que encontrei para competir com grandes redes”, afirma. Com isso em mente, ele precisou estudar formas de conseguir baixar os preços, sem que a empresa quebrasse, já que a margem de lucro fica menor.

Conseguir escala para negociar com fornecedores é uma de suas estratégias e o que motivou a união das redes Insinuante, City Lar, Eletro Shopping e Salfer para a criação do grupo Máquina de Vendas. Ele diz ainda que não considera bom atendimento um diferencial. “Bom atendimento é obrigação.”

3. Busque conhecimento
Conhecimento - Shutterstock - Shutterstock
Imagem: Shutterstock

Mesmo antes de ser dono de uma rede, Nunes já frequentava eventos e feiras do setor. Aproveitava toda oportunidade para tirar dúvidas com outros empresários da área. Foi numa dessas conversas que ele recebeu a dica de montar um depósito para as mercadorias e só distribuir o necessário para cada loja.

“Eu recebia caminhões de mercadoria em cada loja. Queria crescer, mas seria impossível administrar os recebimentos dessa forma. Depois do depósito, passei de 10 para 150 lojas. Foi uma dica que fez toda a diferença”, afirma.

4. Comunique-se com seu consumidor
Comunique-se - Justin Sullivan/AFP - Justin Sullivan/AFP
Imagem: Justin Sullivan/AFP

Para o empresário que ganhou os primeiros clientes no grito, ainda na época das mexericas na porta da faculdade (a ponto de professores reclamarem da sua permanência no local), comunicação é fundamental.

“Quando eu tinha duas lojas, aplicava tudo o que ganhava em propaganda. Não adianta vender barato se as pessoas não sabem disso.” Hoje, ele afirma investir R$ 50 milhões por mês em publicidade.

5. Trabalhe duro
Trabalhe duro - Shutterstock - Shutterstock
Imagem: Shutterstock

O empresário diz que trabalha todos os dias, das 8h à meia-noite. Aos sábados, vai para uma de suas lojas observar o que os clientes desejam e orientar os vendedores.

Ele diz que começou como vendedor, depois passou a comprador e, hoje, delega tarefas aos quase 30 mil funcionários do grupo. “As funções mudam com o tempo, mas o volume de trabalho não diminui”, diz.

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