Cerveja sem glúten? Empresa gaúcha faz bebida artesanal e cresce 30% ao ano
Apostar em uma nova linha de cervejas sem glúten foi a estratégia de Lucas Grazziotin, 36, dono da cervejaria Farrapos, em Passo Fundo (RS), para deixar de ser um negócio local e ganhar espaço no mercado nacional.
Em 2013, Grazziotin se uniu a Paulo Veit, 50, criador da Lake Side Beer, e começou a produzir a bebida em sua fábrica. Com investimento de R$ 2,5 milhões, juntos eles produzem 15 mil garrafas por mês e têm crescido 30% ao ano.
Hobby virou negócio
Criada em 2011, a Farrapos produzia somente chope artesanal. A virada aconteceu dois anos depois.
Veit, da Lake Side Beer, começou a procurar uma fábrica onde pudesse produzir e engarrafar sua cerveja sem glúten, até então um hobby.
Comecei de brincadeira, em casa. Quando cheguei ao ponto de produzir 2.500 garrafas por mês, percebi que a hora de profissionalizar havia chegado.
Paulo Veit, criador da Lake Side Beer
Usando um processo de quebra das proteínas do glúten, a empresa produz de forma artesanal bebidas que podem ser consumidas com segurança por pessoas que têm intolerância ao ingrediente (celíacos).
De produção caseira a linha de montagem
Após patentear seu processo de produção, o cervejeiro vendeu uma licença para Grazziotin e recebe os royalties sobre a venda do produto. Desde então, a linha Lake Side Beer passou a ser produzida, engarrafada e distribuída exclusivamente pela Farrapos.
“Em nossa fábrica, só fazemos produtos sem o ingrediente, para evitar contaminação cruzada”, afirma o cervejeiro.
Entre as bebidas vendidas estão a Lake Side Lager (R$ 13,90), Lake Side Malzbier (R$ 9,90) e Lake Side APA (R$ 10,90), vendidas em todo o Brasil, em redes de supermercados como Cia Zaffari, Mambo, St. Marche e Angeloni, além de lojas e bares especializados.
Produção no limite
Os negócios vão de vento em popa, empurrados por um mercado em crescimento. Segundo estudos do Glúten Free Brasil, evento anual que reúne empresas do setor em São Paulo, o mercado cresceu entre 30% e 40% no ano passado.
A procura pelas cervejas sem glúten tem sido maior que a capacidade de produção da fábrica.
Estamos no nosso limite, recusando contratos com redes de supermercados, porque não temos como atendê-los por enquanto.
Para não perder oportunidades, os empresários pretendem injetar mais recursos no negócio --eles estimam investir R$ 900 mil nos próximos seis a nove meses. A prioridade será comprar novo maquinário para aumentar a produção e reduzir o custo do produto.
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