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Sistema serve chope de baixo para cima e não desperdiça ao fazer colarinho

Claudia Varella

Colaboração para o UOL, em São Paulo

28/08/2019 04h00

Resumo da notícia

  • A máquina ChoppUP serve chope "de baixo para cima"; os copos precisam ser adaptados
  • É feito um furo no fundo do copo e acoplada uma válvula unidirecional, que permite que o chope entre e não saia
  • O colarinho do chope é gerado dentro da máquina, que injeta o creme com a espessura escolhida
  • A maior vantagem da máquina, segundo a empresa, é diminuir o desperdício de chope
  • A empresa não vende o equipamento; é preciso fazer assinatura, que custa a partir de R$ 899 por mês

Uma máquina que serve chope "de baixo para cima", definindo até a espessura do colarinho. Parece mágica, mas é tecnologia de IoT (Internet das Coisas). A chopeira ChoppUP foi criada pela startup ChoppUP, em São Paulo.

Para que o chope seja servido de baixo para cima, os copos (de vidro, plástico ou metal) precisam ser adaptados. Com uma broca, é feito um furo centralizado no fundo do copo. Depois, é acoplada uma válvula unidirecional, que permite que o chope entre e não saia. A chopeira e a adaptação dos copos são feitas pela empresa.

A empresa não vende a máquina. É preciso fazer uma assinatura, que inclui os equipamentos, um kit inicial de copos, software e serviços de assistência técnica. Custa a partir de R$ 899 por mês.

Os copos de plástico são descartáveis. Já os de vidro, policarbonato ou alumínio são laváveis e reutilizáveis. Há também a opção de growlers (garrafas para transportar chope), para delivery. O growler da ChoppUP é enchido de ponta cabeça.

A empresa tem cerca de 300 assinaturas, incluindo redes de bares e restaurantes, em 20 estados.

Diminuição do desperdício

A maior vantagem da máquina, diz a empresa, é diminuir o desperdício de chope. "Os sistemas de chope tradicionais possuem focos de desperdício nos diversos pontos da linha de chope, desde o barril até a torneira. Com a tecnologia ChoppUP de sensoriamento, é possível monitorar os aspectos mais relevantes desta linha, como temperatura, vazão, pressão, e acabar com os focos do desperdício pela raiz, antes de eles acontecerem", disse Bruno Salman, 30, um dos quatro sócios da empresa.

Ele cita, por exemplo, o desperdício de bebida na hora de formar o colarinho do chope no copo. "Com a torneira, o operador precisa deixar transbordar um montão de chope para chegar até o ponto desejado de creme.

No caso com ChoppUP, este creme é gerado dentro da própria máquina por meio de um sistema exclusivo, e a máquina já injeta o creme junto com o líquido na quantidade exata para que, ao final do enchimento, o copo esteja com a espessura ideal de creme sem que seja desperdiçada uma gota", afirmou.

Segundo ele, o desperdício das chopeiras tradicionais gira entre 11% e 38%; com a máquina da ChoppUP, esse desperdício cairia para 1%.

A startup também disponibiliza ao comerciante um sistema com leitura remota em tempo real do serviço, que fornece dados como quantidade de bebidas vendidas, aproveitamento médio por barril e preferências dos clientes.

Startup tem captação de R$ 4 milhões de investidores

A ideia de criar a chopeira partiu de Djalma Moreira, 60, e seu filho, Rodrigo, 31, que, durante quatro anos, desenvolveram o protótipo da máquina. Os dois são os fundadores e sócios da empresa, ao lado de Salman e de Gil Neto, 31.

Em 2015, a choperia foi patenteada no país e no exterior e, em 2016, começou a ser fabricada em série. O investimento inicial na empresa foi de R$ 900 mil. Entre 2017 e 2018, a startup recebeu um aporte de R$ 4 milhões captados em duas rodadas de investimento.

Em 2018, o faturamento da ChoppUP foi de R$ 2,4 milhões. O lucro não foi revelado.

Tecnologia encanta, mas pode perder a graça

Para Flávio Augusto da Silva, analista de negócios sênior do Sebrae-SP, a chopeira ChoppUP traz vantagens para o comerciante, ao reduzir desperdícios, e aos consumidores, que podem escolher a espessura do colarinho do chope.

"Por ser algo inovador, o modo de tirar o chope é algo compartilhável. O consumidor se encanta com a tecnologia e quer compartilhar nas redes sociais a experiência de tomar o chope servido de baixo para cima. Isso é ótimo para o marketing da empresa", disse.

Outro ponto positivo do negócio, segundo ele, é ser escalável, pois a startup tem um mercado em potencial a ser explorado, com assinaturas pontuais (eventos) e fixas (bares e restaurantes).

Silva disse, no entanto, que a ChoppUP deve sempre pensar em outras inovações. "A tecnologia encanta, mas, com o tempo, pode perder a graça. É preciso sempre buscar inovação nessas chopeiras e em outras soluções, tecnológicas ou não, para lançar no mercado."

Para o analista, cenários de crise econômica também podem afetar o negócio. "As pessoas acabam cortando o que pode ser visto como supérfluo, como ir a um bar para tomar chope de uma chopeira tecnológica."

Onde encontrar:

ChoppUP - http://choppup.com.br/

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redacaojornaldocommercio